segunda-feira, 10 de junho de 2013

A população não pode mais aceitar condutas reprováveis de alguns políticos


JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI*
As constantes crises políticas brasileiras, os escândalos de corrupção, a deficiente fiscalização e regulação por órgãos e autarquias governamentais e mesmo boa parte dos problemas sociais, inclusive a violência, têm um componente que continua impenetrável: o poder econômico. Na verdade, o resultado mais latente de sua influência é que relações de dominação e força, em vez de regras jurídicas fundadas na moral e na ética, passam a ditar os relacionamentos entre as pessoas. Tais aspectos são evidentes no nosso cotidiano e infelizmente vêm de cima para baixo, ou seja, muitas autoridades e setores administrativos do país sucumbiram aos resultados sociais e econômicos desta triste situação. O que ocorre atualmente no Senado Federal demonstra cabalmente o desrespeito com a população e com o erário público, sem que ocorram quaisquer punições aos infratores, alguns inclusive, representantes eleitos pelo voto popular.

O conselheiro federal da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil, Luiz Carlos Levenzon, há dois anos atrás, em artigo publicado pelo jornal “Zero Hora”de Porto Alegre – RGS, com raro brilhantismo já apontava aspectos que são manifestamente atuais:- “Diariamente a sociedade toma conhecimento de atos que confrontam com a moral e o direito. São novos na forma e na engenhosidade, e por até então estarem ocultos. Tornam-se públicos quando divulgados pela imprensa, que desempenha esta importante tarefa. Na substância, entretanto, não são originais. Ademais, tornar públicos atos dessa natureza significa submete-los à avaliação da sociedade. Por isso, o desespero que se percebe entre aqueles que praticam tais atos ilícitos. Enquanto ocultos, geram benefícios particulares. Tornados públicos, acarretam a condenação moral pela sociedade. A censura social, realizada pela crítica que se segue ao conhecimento destes atos, é legítima, pois decorre da capacidade de indignação. Da não aceitação de condutas reprováveis” (29.06.2007- p.24).... Continuar lendo


*JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É autor de vários livros, entre os quais, “O Direito de Envelhecer num País ainda Jovem- Ed. In House- 4ª. Edição).

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