sexta-feira, 30 de julho de 2010

BARROCAS E A TELECOMUNICAÇÃO




Aparelho de telégrafo
Aparelho de telefone antigo

A ferrovia trouxe o telégrafo para Barrocas, o meio de comunicação mais moderno e rápido da época. Com ele os barroquenses começam a comunicar-se com todo o país. Pessoas de toda a região e dos povoados vizinhos vinham à estação de Barrocas para passar telegramas de transações comerciais, notícias familiares alegres ou tristes, como o falecimento de um ente querido ou o nascimento de uma criança.
Os telegrafistas da estação eram pessoas de destaque no povoado, não só porque sabiam transmitir mensagens em código Morse e decifrá-la, como pelo salário que recebiam. A pessoa dessa geração lembra-se de telegrafistas como Lourival Nunes Medeiro (Dudu) e Antônio Pinheiro. Os rapazes telegrafistas solteiros eram disputados pelas donzelas de Barrocas. Só o senhor Sinfrônio deu em casamento duas filhas a dois telegrafistas: Dudu e a João Gonçalves Pereira Neto.
A TELEBAIA chegou a Barrocas durante a gestão do prefeito João Olegário de Queiroz. Ele mesmo fez a doação de um terreno à companhia para a edificação da torre. Assim, o serviço telefônico pode chegar a Barrocas, possibilitando aos barroquenses se comunicarem com todo o país e com o mundo.
Agora, os barroquenses trazem o mundo para dentro de seus lares através da televisão. Muitas pessoas já têm acesso à internet e esse número vai sempre aumentando.

sábado, 17 de julho de 2010

BARROCAS EMANCIPADA

João Olegário de Queiroz - primeiror prefeito municipal de Barrocas - Bahia

Com o desenvolvimento de Barrocas, seu filhos e moradores acharam justo que o distrito passasse à condição de cidade, emancipando-se de Serrinha. Como distrito, toda a arrecadação de Barrocas ia para os cofres do Município de Serrinha sem ter o devido retorno. Foi então que surgiu um movimento em prol da emancipação de Barrocas encabeçado pelas lideranças políticas locais.
Finalmente, depois de tantos esforços de sua gente, em força da Lei Estadual nº 4.444 de nove de maio de 1985, Barrocas foi emancipada. Em 15 de novembro do mesmo ano, foi eleito Prefeito Municipal da nova cidade o senhor João Olegário de Queiroz, tendo como seu vice o senhor Josemir Araújo Lopes. Os eleitos tomaram posse cobertos por uma liminar, pois a criação do município estava sub judice, em virtude de um processo que corria na Justiça Federal em Brasília, contra a emancipação.
A solenidade da posse aconteceu no dia primeiro de janeiro de 1986 presidida pelo Meritíssimo Juiz Dr. Emílio Salomão Pinto Resedá, que estava substituindo o titular da Comarca de Serrinha. A Câmara Municipal estava constituída dos seguintes vereadores: Miguel Carvalho de Queiroz, Moacyr Carvalho de Queiroz, Luiz dos Santos Queiroz (Pimba), João de Mata Queiroz (Joanísio), José Nário de Queiroz (Genaro), João Batista de Queiroz, Abílio Cardoso de Oliveira, Joseval Ferreira Mota e Justiniano de Jesus Mota.


ATUAÇÃO DO NOVO PREFEITO

A primeira providência tomada como prefeito de Barrocas foi à instalação da prefeitura na Rua José Maximiniano da Mota, com móveis adquiridos com o então governador João Durval Carneiro. Em seguida, conseguiu instalar de rede elétrica de Paulo Afonso em Barrocas e nas localidades de Alambique, Rosário, Lagoa da Cruz; construir de prédios escolares nas comunidades de Lagoa do Velho, Fazenda Coalhada, Periquito, Lagoa da Cruz, Alambique, Ipoeira, Nova Brasília, Ouricuri, São Miguel (Colégio Albino Junqueira); assumiu a administração da Maternidade Fernando Lima Queiroz, recuperando a sala de parto com a colocação do forro; construiu o antigo Posto Médico de Barrocas à Rua Maria das Dores e um pequeno Posto Médico na localidade Lagoa da Cruz; comprou uma ambulância com verba adquirida do Governo Federal.
João Olegário continuou o calçamento iniciado e interrompido pelos prefeitos anteriores de Serrinha. Pavimentou a Rua Padre Demócrito até a casa residencial de Laerte, subindo para o lado Sul até encontrar a rua Maria das Dores; colocou naquela rua o nome de Décio Teixeira (um telegrafista de Serrinha). E assim foi concluindo o serviço de pavimentação das outras ruas. Por intermédio do então Governador Dr. Antônio Carlos Magalhães, foi construído o antigo Posto Médico de Barrocas situado à Rua Maria das Dores.
Mas não foi só isso, João Olegário deu continuidade aos projetos apoiados pelo FUNDEC e iniciados antes da criação do novo município de Barrocas:
Construção do matadouro: balança de pesagem para gado vivo, outra para o açougue;
Projeto para abastecimento de água da cidade - Apesar de estar pronto só foi inaugurado após o mandato do Prefeito João Olegário; 
Construção e equipamento da Maternidade Fernando Lima de Queiroz - na gestão de João Olegário, foi feito alguns melhoramentos, como forro na sala de parto etc;
Casas de farinha de Minação e Barrocas Foram equipadas com: forno elétrico, prensa manual, triturador de farinha, ralador elétrico e cocho azulejado. A casa de farinha da Minação encontra-se em funcionamento;
Ampliação do Ginásio JúlioVeríssimo;
• Construção da Praça São João - Foi construída em terrenos da Igreja através de um acordo feito com o padre Lucas, com a promessa de que a Igreja seria contemplada com outra área doada, para construção de uma casa e instalação de uma Congregação de Freiras - o que não aconteceu;
• Iniciou a construção da quadra poliesportiva;
• Construção de duas salas, uma área livre e cantina.
• Apoio ao artesanato, corte e costura: Foram compradas cinco máquinas, mesas, cavaletes e peças de tecidos, vindo a funcionar até a diretoria seguinte.
• Foi comprado um serviço de altofalante que funcionou por muito tempo;
• Posto avançado do Banco do Brasil, conseguido por intermédio do FUNDEC que começou atender ao público em 1985, no prédio onde funcionava a Prefeitura; posteriormente mudou-se para o prédio do Posto Telefônico, onde antes foi instalado o motor da luz .
Todo o benéfico vindo do FUNDEC foi por intermédio da Associação do Desenvolvimento Comunitário de Barrocas, segundo depoimento do senhor Joseval Ferreira Mota, primeiro Presidente da referida Associação.

domingo, 11 de julho de 2010

BARROCAS BENEFICIADA PELO FUNDEC




As fotos mostram a Praça São João Batista antes e depois antes e depois da reforma.
O FUNDEC (Fundo de Desenvolvimento das Cidades) é um órgão criado para financiar o desenvolvimento das cidades. Através dele, o barroquense Fernando Lima de Queiroz, funcionário do Banco do Brasil, achou por bem trazer dez projetos para o Município:

  • Construção da antiga Praça da Matriz;
  • Matadouro público;
  • Maternidade;
  • Praça de esporte;
  • Um trator agrícola (besouro) com os equipamentos necessários para lavoura;
  • Uma casa de farinha semi-industrial instalada na localidade de Minação e outra em Barrocas;
  • Projeto para o abastecimento de água da cidade;
  • Construção e aquisição de equipamentos para a Maternidade Fernando Lima de Queiroz;
  • Mobiliário para 14 escolas rurais;
  • Ampliação do Ginásio Júlio Veríssimo, apoio ao artesanato, corte e costura.


Como condição para que esses projetos fossem levados a efeito, vindo a beneficiar o Município, foi exigido a criação de uma sociedade de desenvolvimento da cidade. Em 16 de abril de 1984,criou-se Associação do Desenvolvimento Comunitário de Barrocas. A primeira diretoria foi composta por:

  • Joseval Ferreira Mota - Presidente;
  • Antônio Carlos de Oliveira Queiroz - vice presidente
  • Raymundo Luiz de Queiroz - Secretário;
  • José Alves de Queiroz Neto - Tesoureiro.


Todo o benéfico vindo do FUNDEC foi por intermédio dessa Associação, segundo depoimento do senhor Joseval Ferreira Mota, primeiro Presidente da referida Associação.
Assim sendo, fazemos menção honrosa a ele, dado o seu interesse pelo o progresso da cidade.

Um Posto Avançado do Banco do Brasil, conseguido por intermédio do FUNDEC, começou atender ao público em 1985, no prédio onde funcionava a Prefeitura; posteriormente mudou-se para o prédio do Posto Telefônico, onde antes foi instalado o motor da luz .

Até o ano de 1985, a Prefeitura Municipal de Serrinha manteve em andamento os projetos iniciados e mantidos pelo FUNDEC.
Com a criação do Município de Barrocas, o novo prefeito, João Olegário de Queiroz, deu continuidade aos trabalhos.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O JOÃO NETO QUE VOCÊ NÃO CONHECE

Foto: João Neto

Homens simples, trabalhadores e idealistas marcaram e continuam marcando a história de Barrocas. No livro “BARROCAS, uma filha da estrada de ferro”, seus autores lembraram José Alves Campos (José da Espera) e sua esposa Felisberta Maria de Jesus, donos das terras onde surgiu o povoado de Barrocas com a passagem da estrada de ferro; falou-se da família Teles e dos Queiroz descendentes de Sinfrônio ou a ele relacionados; foram citados os nomes de João Afonso da Silva que foi o primeiro comerciante de Barrocas, que trouxe a escola pública para o povoado e construiu a primeira capela; citou-se Pedro Esmeraldo Pimentel, o terceiro comerciante, além de tantos outros. Muitos emprestaram seus nomes para batizarem ruas estabelecimentos públicos da cidade.
Mas ainda há muitos barroquenses importantes que estão no anonimato após a morte ou ainda vivos e idosos espalhados por outros recantos. É preciso lembrá-los e fazer com que as gerações mais novas os conheçam.
João Gonçalves Pereira Neto, ou simplesmente João Neto, hoje com quase 90, é um desses barroquenses ilustres que pouca gente conhece sua história. As pessoas de Barrocas ligadas a Igreja o conhecem e estimam como um homem de fé e diácono permanente. Mas poucos sabem que ele é condecorado pelo Exército Brasileiro com a Medalha de Campanha - uma condecoração concedida aos militares brasileiros, ou de nações aliadas, quando incorporados a forças brasileiras, que tenham participado de operações de guerra sem nota de desabono. Foi criada pelo Decreto-Lei nº 6.795, de 17 de agosto de 1944.
O barroquense João Neto foi convocado a servir ao Exército Brasileiro e, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), foi mandado como expedicionário a lutar na Itália contra as forças inimigas.
Em 25 de novembro de 1944, ele embarca no navio de guerra no Rio de Janeiro com destino à Itália. Só retorna à Pátria em primeiro de outubro 1945. Retorna vitorioso. Depois de dispensado do Exército, ingressa na estrada de ferro como telegrafista, trabalhando em Itareru e Serrinha. Daqui em diante começa uma nova fase em sua vida. Constitui família, exerce várias atividades civis até se aposentar, em 17 de maio de 1973, como funcionário da Petrobrás.
Ele conta, na sua autobiografia, toda sua trajetória desde o momento em que recebe o comunicado para embarcar imediatamente no primeiro trem de Barrocas a Salvador para se apresentar ao comando do Exército, suas atividades como recruta, como soldado, como expedicionário, combatente, até sua volta ao Brasil vitorioso com o Exército Brasileiro.
No relato, ele poupa ao leitor as emoções de um jovem que deixa sua mãe aflita, sua terra, suas namoradas, para arriscar sua vida nos campos de batalha, em outro país distante e desconhecido. Ele só diz que sua mãe, depois da notícia, lhe deu algum dinheirinho para a viagem, fez um embrulho com suas poucas roupas e ficou chorando. Ele, com seu embrulho de roupa debaixo do braço, segue a pé da Itapororoca em direção a Barrocas, de lá para Serrinha e de Serrinha para Salvador.
Em Salvador, seu alojamento são o Forte de São Pedro e o Forte do Barbalho. Ordens militares a cumprir, treinamento de guerra a aprender até o dia em que toma o navio e vai por em prática, no campo de batalha o que aprendeu. Quem imagina o que se passou na mente e no coração desse rapaz diante de tantas experiências? E a ansiedade, a incerteza? O que se passou no coração daquela mãe? Só outra mãe pode compreender.
Mas tudo passa! Tudo passou. João Neto voltou da guerra para alegria de sua mãe que o recebeu com abraço carinhoso e com lágrimas de felicidade; alegria de toda a família e dos amigos e amigas. Uma missa foi celebrada em ação de graças na igreja de Barrocas, pela volta vitoriosa de um ex-combatente. Foi sua mãe, D. Maria Eustáquia, quem mandou celebrar.
As novas gerações de Barrocas devem conhecer melhor a história de nossa gente e se orgulhar dela.
(Na foto menor, João Neto com a farda do Exército).