segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

BAHIA REDUTO PETISTA!
QUATRO em cada DEZ baianos ESTÃO ABAIXO da LINHA da POBREZA, segundo IBGE


RAFAEL TADEU 11/12/2018

Na Bahia, quatro em cada dez pessoas, que equivale 44,8% da população ou cerca de 6,9 milhões de pessoas, viviam abaixo da linha de pobreza no ano passado. A informação foi divulgada pelo IBGE, na manhã desta quarta-feira (5).
…… O percentual de pessoas abaixo da linha de pobreza na Bahia, em 2017, ficava bem acima da média nacional (26,5% ou cerca de 55 milhões de pessoas). Era igual ao do Nordeste, onde estava a maior parte dos pobres do país (cerca de 25 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza), e o 8º maior entre os estados.

Maranhão (54,1%), Alagoas (48,9%) e Amazonas (47,9%) tinham os maiores percentuais de pessoas abaixo da linha de pobreza, enquanto Santa Catarina (8,5%), Rio Grande do Sul (13,5%) e Distrito Federal (13,9%) tinham os menores.

Em Salvador, a proporção de pessoas abaixo da linha de pobreza era quase a metade da encontrada no estado como um todo: 2 em cada 10 habitantes (24,2% da população do município, o equivalente a 715 mil pessoas).

Era uma proporção um pouco menor que a média nacional e a 13ª mais alta entre as capitais. Macapá/AP (41,3%), Manaus/AM (35,6%) e Rio Branco/AC (33,9%) tinham os maiores percentuais de população abaixo da linha de pobreza, enquanto Florianópolis/SC (5,1%), Goiânia/GO (8,5%), Vitória/ES (8,9%) e Curitiba (9,0%) tinham os menores – todos abaixo de 10,0%.

Em relação a 2016, o percentual de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza cresceu tanto no país como um todo (de 25,7% para 26,5%), quanto na Bahia (de 42,8% para 44,8%) e em Salvador (de 22,9% para 24,2%).

Também aumentou, entre 2016 e 2017, o hiato da pobreza, ou seja, a distância (em %) entre o rendimento médio das pessoas abaixo da linha de pobreza e o valor limite dessa linha (R$ 406 mensais em 2017).

Em 2017, no Brasil, as pessoas abaixo da linha de pobreza tinham rendimento em média 12,1% menor que o valor limite, frente a uma distância de 11,5% em 2016. Na Bahia, o hiato de pobreza aumentou de 20,2% em 2016 para 22,5% em 2017; já em Salvador, a distância cresceu de 9,5% para 11,5%, de um ano para o outro.

sábado, 29 de dezembro de 2018

Lula é desmascarado pela ONU.
Estudo comprova uma década e meia de mentiras do PT


O ex-presidente Lula e os representantes do PT foram desmentidos por um dos mais profundos estudos sobre a pobreza no Brasil entre os anos de 2010 e 2014. Os indicadores apontam que durante os governos do PT de Lula e Dilma, nada se avançou no combate a desigualdade social no país ao longo de toda a era PT. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 22.

O Radar IDHM, índice que compara as tendências de crescimento dos indicadores sociais na década de 2000 a 2010 e no período de 2011 a 2014. O estudo comprova que o Brasil perdeu a batalha para redução da desigualdade nos primeiros quatro anos desta década. Estudo feito pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (Pnud) em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro.

A conclusão foi a de que o Brasil não conseguiu, em 14 anos, diminuir o fosso entre ricos e pobres. O estudo comprova que o discurso de Lula e dos integrantes do PT é meramente uma peça de marketing, enquanto os mais pobres continuam a sentir na pele o drama da pobreza e da desigualdade social.

Se comparado a outros países como México, Chile e Colômbia, a conclusão é a de que o povo brasileiro regrediu nas conquistas econômicas e sociais entre o período e que os avanços foram maiores no estudo anterior aos governos do PT.

Outro aspecto que chama a atenção é que o estudo foi realizado durante o período de maior prosperidade dos governos petistas. Os danos na economia causados pela corrupção na Petrobras começaram a ser sentidos justamente após o ano de 2014, o último avaliado na pesquisa. De lá para cá, mais de 12 milhões de brasileiros ficaram sem emprego, o que significa que o fosso que separa os pobres dos ricos aumentou, enquanto a renda das famílias diminuiu ainda mais.

Entre 2000 e 2010, anos dos dois mandatos de Lula, o Índice de Gini, que mede o nível de desigualdade, aponta que o Brasil teve uma redução da pobreza de 0,6% de 2000 a 2010, mesma proporção identificada para o período de 2011 a 2014. O valor foi considerado inexpressivo pelos especialistas, considerando que mesmo países em guerra tiveram evolução bem maior.

As políticas de transferência de renda e de valorização do salário mínimo alegadas por Lula e Dilma não foram suficientes para mudar de forma significativa a distância dos mais pobres para os mais ricos. As projeções mostram que a desigualdade no Brasil é tão intensa que, mesmo quando a renda do pobre cresce o dobro em relação ao crescimento dos rendimentos dos mais ricos, o impacto na desigualdade ainda não é imediato.

“A desigualdade continua sendo um desafio para o Brasil. A gente consegue aliviar a pobreza, tirar as pessoas da situação de extrema pobreza, mas as pessoas que ganham mais continuam ganhando mais ainda. Então, o fosso da desigualdade continua numa tendência bastante estável”, explica Andréa Bolzon, coordenadora do relatório de Desenvolvimento Humano Nacional do Pnud no Brasil.

O estudo não traz detalhes sobre as causas das mudanças nos indicadores sociais, mas para o Pnud, a desigualdade leva em consideração não somente a diferença de renda, mas também disparidades territoriais, de gênero e raça.

Tanto Radar IDHM como o IDHM são compostos por três indicadores de desenvolvimento humano: longevidade, educação e renda. O índice varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano. São cinco classificações: muito baixo, baixo, médio, alto e muito alto.

Outra mentira de Lula e do PT. Autores do trabalho mostraram-se especialmente preocupados com o desempenho na área da educação. "Esse é o grande gargalo", constata Andrea. O documento chama a atenção, por exemplo, para a estagnação no porcentual de pessoas com 18 anos ou mais que apresentem ensino fundamental completo. Em 2011, representavam 60,1% do total. Em 2014, eram 61,8%.

De acordo com os estudos, os avanços sociais obtidos pelos mais pobres durante a era PT foram inferiores aos observados no país durante as décadas de 60, 70, 80 e 90. Já para os mais ricos, as administrações petistas foram bastante positivas. Especialmente para os bancos, empreiteiras. Facebook Twitter Google Whats

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Como serão os primeiros 100 dias do governo Bolsonaro


Documento, com detalhes de ações prioritárias, foi entregue aos 22 futuros ministros e seus respectivos assessores mais próximos

RENAN MELO XAVIER

27/12/2018

A quatro dias de Jair Bolsonaro (PSL) tomar posse como presidente da República, o futuro governo federal apresentou, nesta quinta-feira (27/12), seu cronograma de metas para o início da gestão. Os objetivos foram estipulados em prazos de 10, 30, 60, 90 e 100 dias.

O documento, com detalhes de ações prioritárias, foi entregue aos 22 futuros ministros e seus respectivos assessores mais próximos, durante aula sobre governança pública na Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em Brasília. Os detalhes foram apresentados nesta tarde pela equipe de transição, durante entrevista do futuro ministro da Casa Civil, Onix Lorenzoni.

Entre as medidas que serão cobradas por Bolsonaro estão a revisão e a possível revogação de atos do atual presidente Michel Temer (MDB) nos últimos dois meses. Isso deverá ser feito já nos 10 primeiros dias do novo governo para “avaliação de aderência aos compromissos da nova gestão”, conforme orientação da equipe mais próxima do presidente eleito.

Bolsonaro quer que cada um dos seus 22 ministros eleja uma matéria à qual se dedicará para implantação já nos 100 dias iniciais de governo. “Em 30 dias, os ministérios deverão elaborar os atos normativos necessários à concretização das propostas eleitas como prioritárias e, dentro de 60 dias, a proposta deverá ser submetida à Casa Civil”, diz o documento. Confira, abaixo, as metas estipuladas pela equipe de Bolsonaro para o início do governo:

10 dias: nomeação de cargos-chave; conhecer o modelo de governança do órgão; elaboração do plano de governo; identificar as propostas prioritárias; preparação de para reuniões de alinhamento; e reuniões com servidores comissionados.


30 dias: revisar o modelo de governança de seus órgãos; apresentar ideias de pautas legislativas; enviar atos normativos prioritários; consultar acórdãos do Tribunal de Contas da União (TCU) pendentes de solução.


60 dias: revisão de comitês e conselhos que os órgãos fazem parte; enviar À Casa Civil os atos normativos prioritários; enviar relatórios de gestão para o TCU e iniciar balanço de 100 dias de gestão.

90 dias: encaminhar balanço de 100 dias de gestão à Casa Civil e encaminhar ao CMAS lista de políticas públicas financiadas por subsídios da União que a pasta entende que necessitam ser avaliadas.

Nesta quinta-feira (27) os ministros do futuro governo participarão de uma capacitação na área de governança pública. O encontro será na ENAP (SPO – Asa Sul), das 9h às 12h30. À tarde, haverá uma reunião ministerial no CCBB com os ministros indicados. Depois, possivelmente, o ministro Onyx falará a vocês. Quando tiver a confirmação e o horário eu avisarei.

domingo, 23 de dezembro de 2018

A verdade não contada sobre a liminar de Toffoli: a conversa entre o ministro e o general

23/12/2018

Por iniciativa própria, o ministro-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), José Antonio Dias Tóffoli, não teria cassado a liminar do colega Marco Aurélio Mello que tiraria da cadeia o presidiário Inácio Lula e outros 200 presos condenados em segunda instância, ainda neste Natal.

Toffoli, foi instado pelo porta-voz de um colegiado de 15 generais, que se articularam, às pressas, por vídeo-conferencia (porque nem todos eles se achavam em Brasília) para pressioná-lo no sentido da imediata cassação da liminar de Mello. Alegavam os generais que a sobredita medida, além de causar revolta popular, provocaria uma séria de distúrbios e badernas no País inteiro.

O presidente do STF tentou resistir, argumentando que a suspensão da liminar poderia ser apreciada na primeira plenária do STF, em de fevereiro de 2019, quando estaria findo o recesso na Corte.

- Enquanto isso, ministro, o Brasil estaria mergulhado na anarquia e na baderna... – rebateu o porta-voz. É isso o que o senhor quer?

- Bem... é que...

- O Senhor assumirá os riscos de todos os atos decorrentes disso tudo. Inclusive, o de uma possível intervenção no STF...

- Mas, isso não pode!

- Pode. Para nós, pode. Tanto assim é, que já estamos preparados para isso.

Minutos depois desse dialogo, travado em tom amistoso e cordial. Dias Toffoli, anunciou, meio constrangido, a medida que acabou com a euforia da esquerda e a alegria das facções marginais e da bandidagem organizada, cujos líderes encontram-se encarcerados pelo Brasil afora. Marco Aurélio Mello, o autor oportunista da polêmica liminar, esperou até o penúltimo minuto da última sessão da Suprema Corte, para lançá-la à indignação nacional.

Cinicamente, com aquela sua vozinha de quem está padecendo de uma contumaz prisão-de-ventre, ele resumiu: “Agi de acordo com a Constituição”.

No seu torto entendimento, Mello pode até ter se baseado na Carta Magna. Mas, o seu propósito, está patenteado na seguinte suspeita: tumultuar a introdução do novo governo na República brasileira. Ele pretendeu (admita-se, em comum acordo com as esquerdas) provocar uma “reação irada” do presidente a ser empossado em janeiro, Jair Bolsonaro.

Inácio no oco do mundo, bandidos outros festejando à seu modo, a liberdade... e a anarquia reinando nas ruas. Belo início de governo seria para o presidente Jair!

Bolsonaro não terá vida fácil. Ainda bem que as Forças Armadas estão com ele. Agora, mais prestigiadas e mais estimuladas.

(Texto de Aílton Villanova. Jornalista)

sábado, 15 de dezembro de 2018

“O PT levou a Bahia à falência”, denuncia Paulo Azi


Relatório anual do Tesouro Nacional divulgado nesta terça-feira (13) revela que a péssima gestão administrativa do PT está levando a Bahia à falência. Pelos dados oficiais, 14 estados (entre os quais a Bahia) estouraram o limite de comprometimento dos gastos com pessoal previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

“Sem a maquiagem da publicidade oficial, esta é a verdadeira face do governo baiano. O PT, que provocou a maior crise econômica, social e política da história do Brasil, também quebrou a Bahia”, afirmou o deputado federal Paulo Azi (DEM).

De acordo com o parlamentar, ao contrário do prefeito ACM Neto, o governador Rui Costa não fez o “dever de casa”, ajustando as contas estaduais.

“Rui Costa quebrou o Estado para ganhar a eleição. Mas, agora, a máscara que estava escondida pela farra da publicidade caiu e o que vemos é um Estado falido, sem dinheiro para investir em nada. E o governador Rui Costa precisa entender que agora não conta mais com o governo federal para cobrir seus rombos e desmandos”, concluiu Paulo Azi.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

FUGA DE CORRUPTOS: BOLSONARO LIBERA BOMBA GERAL E APAVORA POLÍTICOS


FUGA DE CORRUPTOS: BOLSONARO LIBERA BOMBA GERAL E APAVORA POLÍTICOS

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10210830275152930&set=a.2489191249118&type=3&eid=ARBTJ3kOtUlEAeapLV4V6Ih6GezSb7d0lWEhAkuRjO_Qm-jKzF5tK9sIMM28cGsXZXSCoO2m-cRhh4RU

https://www.youtube.com/watch?v=13B1jgyt4dA

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Asseclas de Lula agora apelam para piedade dos amigões dos tribunais para tirá-lo da cela


10/12/2018

Derrotados impiedosamente na eleição, os asseclas de Lula da Silva recarregam as baterias e voltam à velha cantilena do Lula Livre, agora baseados na piedade que esperam despertar em amigões das supremas cortes do Judiciário para evitar que a pretensa depressão de que dizem que seu líder está sofrendo termine em tragédia.

A campanha não tem o menor sentido nem merece a mínima atenção: o petista não está na cadeia por ser perseguido político da elite dominante na política brasileira, à qual, diga-se de passagem, ele pertence, mas por ter chefiado uma quadrilha que saqueou todos os cofres da República e perdeu a eleição presidencial exatamente porque o eleitorado sabe disso.

(O destaque é nosso)

Fonte: https://noticiabrasilonline.com/

Cubanas pedem ajuda à OAB para conseguir refúgio no Brasil


Publicado em 10/12/18,

Quatro médicas cubanas que atendiam na cidade de Nova Odessa, São Paulo, protocolaram pedidos de refúgio no Brasil. Como elas não retornaram à ilha, são consideradas desertoras. As médicas que atendiam pelo programa Mais Médicos protocolaram na quinta-feira (7) pedidos de refúgio no Brasil.

As profissionais não cumpriram a convocação de Cuba para retornar à ilha e, lá, são consideradas desertoras.

Segundo o presidente da subsecção local da Ordem dos Advogados do Brasil, sem apoio das prefeituras onde trabalharam, esses médicos estão batendo às portas da OAB para pedir ajuda.

“Algumas cidades fizeram jantares de despedida para os cubanos, disseram que iam apoiar, mas viraram as costas para aqueles que ficaram aqui. Mesmo os que constituíram família não podem exercer a profissão porque não estão sendo readmitidos no Mais Médicos e não têm sequer Carteira de Trabalho para tentar outro ofício”, disse Alessandre Pimentel.

Das oito cubanas que atendiam nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Nova Odessa, cinco decidiram ficar no País, mas só uma se casou e regularizou a situação de permanência.

Para não serem consideradas clandestinas, a OAB encaminhou os pedidos de refúgio das outras quatro à Polícia Federal, em Piracicaba (SP).

“Se forem para Cuba, vão sofrer retaliações. Há orientação do governo cubano de que o médico chamado de volta que não atende à convocação fica oito anos proibido de entrar em Cuba. As autoridades cubanas consideram-nos desertores.”

Adaptado da fonte  Estado de Minas

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

As atrocidades do Mais Médicos


Depoimentos, áudios e trocas de mensagens às quais ISTOÉ teve acesso revelam que médicos cubanos viviam quase como escravos no Brasil. Vigiados por agentes enviados por Havana, não podiam sair de um município a outro sem autorização mesmo nas folgas, eram assediados sexualmente e até extorquidos. Agora, quem não quer voltar à ilha sofre ameaças

José Alberto Gutiérrez

07/12/18


Montagem sobre foto: Gerson Nascimento
Em 29 de novembro, a doutora Dayaimy González Valon, 38 anos, integrante do programa “Mais Médicos”, anunciou em transmissão ao vivo pelo youtube uma decisão, segundo ela, de caráter irrevogável: preferia permanecer no Brasil a regressar ao flagelo da ditadura cubana. “É uma decisão da qual não me arrependo”, desabafou ela, que havia desembarcado no Brasil no dia 12 de outubro de 2016, com destino ao município de Paranatinga, interior de Mato Grosso, em substituição a um colega. Nesses dois anos, além de atender aos moradores da cabeceira municipal, a médica viajou exaustivamente pela região para atender à população de cinco assentamentos rurais e duas comunidades indígenas.

Apenas vinte minutos após a declaração de ruptura, a médica recebeu a ligação do Coordenador Estadual da Brigada no estado de Mato Grosso, Dr. Leoncio Fuentes Correa. A conversa que começou amena rapidamente degenerou para o tom ameaçador. “Pense bem doutora, eu apenas sugiro (…) no final, se você ficar aqui, você sabe que não vai entrar em Cuba por oito anos. E você tem família em Cuba (…) e se algo acontecer com um de seus familiares, que tomara não aconteça, você não poderá entrar no país (…)”, afirmou. “Se você não entrar nesse voo (marcado para 7 de dezembro), eu te reportarei por abandono do posto. Quando eu preencher essa ficha, ela automaticamente vai para a imigração e em oito anos você não poderá ir a Cuba. Isso não tem retorno”, advertiu o coordenador numa ligação de sete minutos gravada pela médica, à qual ISTOÉ teve acesso.

Apesar de não ser uma norma escrita, os cubanos que saem do país enviados pelo governo para as chamadas “missões internacionalistas”, sejam médicos, esportistas ou maestros, e decidem abandonar os contratos laborais, são banidos e proibidos de voltar durante o período de oito anos. “O castigo é arbitrário e busca punir de maneira exemplar àqueles que ousam desobedecer. Nega o direito de entrar na nossa própria terra e o direito de conviver com nossos familiares”, lamenta a Dra. Nora Salvia, que saiu da Missão Bairro Adentro na Venezuela em 2014 e é uma das fundadoras do Grupo NoSomosDesertores, que pressiona pela suspensão da norma.

“Ele me ofendia, me humilhava e ameaçava me desligar. Depois, oferecia passagem para relaxar um pouco no hotel com ele”. Médica, vítima de assédio sexual praticado por agente cubano.

Leôncio Fuentes é um dos 36 consultores internacionais contratados pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), para o biênio 2018-2019. Todos, sem exceção, funcionários cubanos com cargos nas instituições de saúde em Cuba. Assim como também é cubano o representante da entidade regional no Brasil, Joaquin Molina, que, antes de ingressar na OPAS, em 1991, ocupara altos cargos no Ministério de Saúde da ilha caribenha. Travestidos de “consultores internacionais”, os funcionários cubanos compuseram e ainda compõem no Brasil – ao menos enquanto aqui estiverem – uma rede de vigilância montada pelo regime para exercer controle total sobre os profissionais enviados pela ilha – tratados por esses agentes cubanos quase como escravos desde que desembarcaram em solo brasileiro. Emails, mensagens e depoimentos obtidos por ISTOÉ lançam luz sobre a atuação desta rede de verdadeiros capatazes em Santa Catarina, Rio Grande Sul, Rio de Janeiro, Bahia, Mato Groso, Goiás e Pará. Era para esses “consultores” da OPAS que os médicos deviam informar sobre cada passo. Desde visitas familiares que receberiam de Cuba até meras saídas para outros municípios fora do horário do expediente. Os agentes cubanos controlavam para que a permanência dos parentes no Brasil não excedesse três meses, sob pena de o profissional ser desligado do programa Mais Médicos. Segundo o relato de uma médica cubana, para comprovar o retorno para Cuba do marido, foi exigido o envio do cartão do embarque. No caso de viagens para fora dos municípios de atuação, mesmo nas folgas, médicos relataram que deviam ter autorização do coordenador para se deslocar, informando o endereço onde ficariam. Caso contrário, eram punidos.

Controle autoritário

Médicos cubanos ouvidos por ISTOÉ que decidiram romper com o regime e ficar no Brasil denunciaram outras situações de autoritarismo, descaso, abuso de poder e até assédio sexual por parte dos coordenadores cubanos. “Ele me fez sofrer muito, me ofendia, me humilhava, me chamava de indisciplinada e ameaçava analisar meu caso e me desligar”, relata uma médica que foi vítima de assédio sexual do seu superior estadual durante um longo período. “Passei a gravar as conversas”, relata. O coordenador, segundo ela, “oferecia pagar a passagem” para a capital do estado, a mais de 380 km da região onde a médica exercia, para “relaxar um pouco no hotel com ele”. Aflita com a situação, a médica decidiu contar para uma colega em outro município, que confessou ter recebido os mesmos apelos e afagos do coordenador.

O cubano Alioski Ramirez Reyes rompeu com o regime em 2017. Ao finalizar o contrato de três anos no Mais Médicos, também optou por não voltar ao seu país. E vivenciou a pressão dos emissários de Havana. “Tive a amarga experiência de receber a senhora Amaylid Arteaga García (assessora estadual) na minha casa. Fez uma serie de denúncias e ameaças porque, supostamente, meu nome estaria na lista de 180 médicos que haviam entrado na Justiça do Brasil pelo direito de assinar um contrato individual no Programa Mais Médicos. Disseram que iam me colocar no primeiro avião para Cuba e que estavam avaliando invalidar meu diploma de medicina”, conta. “Eles ameaçam sempre de forma verbal, não deixam registros”, explica. Por não retornar para Cuba, Alioski foi expulso do Partido Comunista pela estrutura partidária montada pelos cubanos no Brasil.

ATUAÇÃO - Médicos cubanos no Brasil acompanham hemodiálise:
trabalho sob vigilância linha dura 
Arrecadação

Quiçá o fato mais revelador de que os assessores da OPAS não passavam de comissários políticos comandados pelo regime foi o mecanismo estruturado nas 27 unidades federais do País para a arrecadação mensal de uma contribuição partidária. Não bastassem os 75% tungados dos respectivos salários, os médicos filiados ao Partido Comunista eram obrigados a entregar mensalmente no Brasil uma contribuição de R$ 24. O dinheiro era arrecadado em cada município e transferido para a conta do coordenador estadual, que por sua vez repassava os valores para a Coordenação Nacional em Brasília. Estima-se que, por essa via, os cubanos podem ter arrecadado no Brasil mais de R$ 1,7 milhão extra, em nome do Partido Comunista. Operado sob sigilo total, o esquema era de conhecimento geral dos médicos cubanos, mesmo entre aqueles não filiados ao partido.

Para falar do assunto, mantido a sete chaves, os coordenadores usavam códigos. O dinheiro era “Bola”, “Maçã” ou “Pinhata” e os militantes eram “peloteros”, termo usado em Cuba para designar “jogador de beisebol”, o esporte nacional. “Uma amiga do Partido me explicou o significado do código, que vi pela primeira vez em um e-mail enviado para todos os médicos. Também tivemos algumas reuniões de colaboradores em Porto Alegre e, no final, a coordenadora se reunia com seus “peloteros”, conta a Dra. Eva Maria Arzuaga Duanys, 44 anos, que mora em Barros Casal, Rio Grande do Sul.

Num grupo fechado de médicos no Facebook, a revolta com a decisão cubana de deixar o Mais Médicos extravasou e o sigilo partidário foi quebrado. Os cubanos protestavam pelo pouco tempo fornecido a eles para organizar o envio dos pertences para Cuba, pela falta de dinheiro para transportar eventualmente uma carga e a ausência de informações sobre o traslado. “Onde estão os nossos coordenadores? Para cobrar o dinheiro da contribuição do partido ligam pelo WhatsApp, mas para dar uma resposta que merecemos ninguém aparece”, escreveu uma médica.

TEATRO DO ABSURDO - Depois de submetidos a humilhações por consultores
cubanos no Brasil, médicos são recebidos com “pompa” por autoridades
de Cuba (Crédito:MARCELINO VAZQUEZ) 
Na conta de quem?

De 2013 a 2018, a OPAS contratou 120 desses consultores internacionais, conforme os Planos de Trabalho divulgados pela entidade desde 2014 e de um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que analisou os primeiros desembolsos do governo federal em 2013. Além de apontar “obscuridade na relação” OPAS-Cuba, o TCU questionou a contratação de 20 assessores internacionais para os primeiros sete meses do programa, pelo salário de R$25.000 por mês. O TCU pediu esclarecimentos sobre o papel deles no projeto, sendo que o Mais Médicos já previa tutoria de profissionais brasileiros para os cubanos. O salário dos consultores estava incluído nos custos do Programa e era repassado pelo Ministério da Saúde à OPAS no montante para pagamento dos bolsistas, passagens, diárias, seguros e ajudas de custo para a instalação dos médicos nos municípios.

O BUNKER - Sede da OPAS no Brasil abrigava conselheiros
que atuavam aqui a serviço do regime cubano
(Crédito:Divulgação/Kardel Producoes Fotograficas)
Sustentar a vigilância opressiva cubana teria custado aos cofres públicos R$ 52,1 milhões, transferidos à OPAS como pagamento de assessores. De acordo com médicos cubanos entrevistados, os coordenadores recebiam líquido R$ 11.800, o que indica que Cuba também aplicava confisco salarial aos seus homens de confiança. Até março deste ano, o Ministério da Saúde havia desembolsado mais de R$ 6,6 bilhões pela permanência dos cubanos no programa. Considerando que a entidade regional ficava com 5% do líquido dos recursos, a OPAS faturou pelo menos R$ 330 milhões em cinco anos de Mais Médicos.

Diferentemente do que acontece com os médicos brasileiros e de outras nacionalidades, os cubanos recebiam apenas R$ 2.976,26 dos R$ 11.800 referentes à bolsa paga pelo Mais Médicos. A retenção salarial pactuada entre o governo petista de Dilma Rousseff e o regime de Cuba foi possível graças ao mecanismo usado para a contratação dos cubanos.

De acordo com o 80º Termo de Cooperação Técnica assinado pelo PT, a entidade ficou responsável pelo fornecimento de profissionais de saúde para atendimento da população brasileira. Os cubanos chegaram então ao programa não através de contratos individuais com o Ministério da Saúde, mas como parte de um acordo de cooperação entre a OPAS e Cuba. Segundo o contrato, o governo brasileiro entregava à OPAS o valor total dos salários e das ajudas de custo, que são repassados integralmente para Cuba. O governo cubano se encarregava de fazer a remuneração dos médicos através de depósitos que saíam da Embaixada de Cuba em Brasília. Cuba ficava com a maior parte da ajuda de custo oferecida pelo programa para a instalação dos médicos participantes, além de embolsar 75% dos vencimentos dos médicos. O que sobrava do confisco constituía o “prêmio” por suportar aqui, em solo brasileiro, as atrocidades típicas do regime cubano perpetradas por agentes travestidos de consultores internacionais. Tudo pago com o nosso dinheiro.

Médica cubana admite que tinha função política no Brasil


A saída unilateral da ditadura cubana do programa Mais Médicos está revelando estratégias mantidas em segredo por muitos anos.

Ramona Rodríguez, a primeira profissional de saúde cubana a deixar o Mais Médicos, foi entrevistada pela revista “Crusoé“.

Ela disse que recebeu ordens da ditadura de Cuba para falar bem da ex-presidente Dilma Rousseff. A médica cubana declarou:

A gente tinha de falar bem da Dilma. Para os pacientes, dizíamos que foi o governo dela que nos mandou para o Brasil. Falávamos que Dilma era boa porque ajudava o povo, porque se preocupava com a saúde dos mais necessitados. Estávamos inculcando uma ideia na população.

E acrescentou:

No caso de haver uma outra eleição, tínhamos de fazer com que os brasileiros votassem pela mesma presidente. Nós tínhamos uma função política.

Ramona também é uma das médicas que está processando a organização Opas por ter lucrado com trabalho escravo no Brasil, conforme noticiou a Renova.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Onyx Lorenzoni anuncia que governo Jair Bolsonaro terá 22 ministérios

Onyx Lorenzoni (esq) concede entrevista coletiva
na sede do gabinete de transição, em Brasília.
Foto: Guilherme Mazui/G1

Futuro ministro da Casa Civil confirmou estrutura final do próximo governo em entrevista nesta segunda (3) na sede do CCBB. Governo Michel Temer tem atualmente 29 ministérios.

Por Guilherme Mazui e Roniara Castilhos, G1 e TV Globo — Brasília  -  03/12/2018.

O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, anunciou nesta segunda-feira (3) que o presidente eleito Jair Bolsonaro terá 22 ministérios. Lorenzoni apresentou a estrutura ministerial durante entrevista coletiva concedida no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, sede do gabinete de transição.

"A princípio, essa é a estrutura definitiva que o presidente bateu o martelo", declarou aos jornalistas o ministro da transição.

Lorenzoni reafirmou nesta tarde que o Trabalho perderá o status de ministério e terá suas atribuições divididas entre Justiça, Economia e Cidadania. Ele já havia antecipado a informação na manhã desta segunda em uma entrevista à Rádio Gaúcha.

Ele explicou ainda que Advocacia-Geral da União (AGU) e BC terão "ministros transitórios". O Banco Central perderá o status no momento em que o Congresso Nacional aprovar a independência do órgão.

No caso da AGU, o governo pretende aprovar uma emenda constitucional para garantir foro privilegiado ao chefe da instituição. Assim, não seria preciso manter o status de ministério.

Atualmente, o governo Michel Temer tem 29 ministérios, cálculo que inclui Advocacia-Geral da União (AGU) e Banco Central.

Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro havia dito que, se eleito, o número de pastas seria reduzido a "no máximo" 15.

Palácio do Planalto

Em meio à entrevista, Onyx Lorenzoni explicou a divisão de tarefas dos quatro ministérios que ficam no Palácio do Planalto: Casa Civil, Secretaria de Governo, Secretaria-Geral da Presidência e Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

A Casa Civil responderá, segundo Lorenzoni, pela coordenação dos programas do governo, com a subchefia para Assuntos Jurídicos (SAJ) e com a articulação com o Congresso Nacional.

Lorenzoni explicou que terá "um time" de ex-deputados e ex-senadores para cuidar do relacionamentos com a Câmara e do Senado.

A Secretaria de Governo cuidará da relação com estados e municípios e do Programa de Parceria de Investimentos, o programa de concessões e privatizações do governo federal.

A Secretaria Geral da Presidência terá na sua alçada a Secretaria de Comunicação da Presidência e cuidará de assuntos sobre modernização do estado, informou Lorenzoni. 

Os 22 ministérios de Bolsonaro

Casa Civil: Onyx Lorenzoni
Economia: Paulo Guedes
Gabinete de Segurança Institucional: general Augusto Heleno
Ciência e Tecnologia: Marcos Pontes
Justiça: Sérgio Moro
Agricultura: Tereza Cristina
Defesa: general Fernando Azevedo e Silva
Relações Exteriores: Ernesto Araújo
Banco Central: Roberto Campos Neto
Controladoria Geral da União (CGU): Wagner Rosário
Saúde: Luiz Henrique Mandetta
Advocacia Geral da União (AGU): André Luiz de Almeida Mendonça
Secretaria Geral da Presidência: Gustavo Bebianno
Educação: Ricardo Vélez Rodríguez
Secretaria de Governo: general Carlos Alberto dos Santos Cruz
Infraestrutura: Tarcísio Gomes de Freitas
Desenvolvimento Regional: Gustavo Canuto
Cidadania: Osmar Terra
Turismo: Marcelo Álvaro Antônio
Minas e Energia: almirante Bento Costa Lima
Meio Ambiente: a definir
Direitos Humanos: a definir

Arquivos de computadores da consultoria de Palocci podem arrastar Lula e o PT ainda mais para o fundo do poço


Há poucos dias, ao ser inquirido pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) - que pediu explicações suas a partir de representação do PT -, o juiz federal Sérgio Moro disparou um petardo que pode ser apenas o prenúncio de uma nova onda de constrangimentos para Lula e seus apoiadores. O responsável pela Operação Lava Jato na 13,ª Vara Federal afirmou não apenas que não "inventou" o depoimento do ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda/Casa Civil-Governo Lula e Dilma), como também informou que os detalhes muito mais 'contundentes' da delação.

O juiz, que seguiu para o Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro, afirmou ainda ao CNJ que "caso fosse intenção influenciar nas eleições teria divulgado a gravação em vídeo do depoimento, muito mais contundente do que as declarações escritas e que seria muito mais amplamente aproveitada para divulgação na imprensa televisiva ou na rede mundial de computadores".

Ppreso há quase dois anos em Curitiba no âmbito da Lava-Jato, o ex-ministro Antonio Palocci prometeu entregar nos próximos dias uma série de arquivos envolvendo negociatas da sua consultoria, a Projeto, e empresas que contrataram o trabalho e a influência do ex-todo-poderoso dos governos petistas para engordar seus cofres — na maioria das vezes de forma ilícita. O material reúne contratos, planilhas e outras evidências mantidos até hoje em segredo nos computadores da consultoria de Palocci que abrirão uma nova frente de investigação dentro da maior operação de combate de corrupção do Brasil com foco em empresas privadas.

Na ocasião em que a PF fez buscas no escritório da Projeto, em São Paulo, em setembro de 2016, os investigadores encontraram apenas teclados, mouses e monitores, mas não acharam nenhum gabinete de computador. Questionado sobre o fato, o principal assessor de Palocci na época, Branislav Kontic, que também chegou a ficar preso em Curitiba, disse que as máquinas haviam sido substituídas por laptops novos. Mas a explicação não convenceu nem os agentes nem ao juiz Sérgio Moro.

A suposta substituição dos computadores ‘velhos’ por notebooks sem a retirada dos monitores das bancadas, assim como teclados, mouse e fios, fato que mereceria esclarecimentos”, escreveu o delegado Rodrigo Luis Sanfurgo de Carvalho em seu relatório. Foi justamente este episódio que fez com que o juiz Sérgio Moro convertesse a prisão preventiva de Palocci em prisão temporária.

Os dados revelados por Palocci a que Moro se referia — que ainda poderão ser detalhadas no curso das investigações — reconstituiu o esquema de corrupção na Petrobras, as relações das empreiteiras com políticos do PT e a forma como os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff se envolveram nas tratativas que resultaram em um prejuízo de cerca de R$ 42 bilhões aos cofres da Petrobras, segundo estimativa levantada pela própria PF.

Isto significa que Lula e o PT serão duramente afetados pelos dados revelados por Palocci. A contribuição com mais este lote de informações é a principal condição para que o ex-ministro deixe a prisão e progrida para o regime domiciliar com tornozeleira, segundo o acordo de delação assinado por ele com a Polícia Federa. O mesmo acordo também já foi homologado pelo juiz João Pedro Gebran Neto, o relator da Lava-Jato na Tribunal Federal Regional da 4ª Região (TRF-4). Em breve, boa parte dos envolvidos em uma nova leva de investigações, operações e processos na Lava Jato. Que venha 2019.

Com informações de O Globo

sábado, 24 de novembro de 2018

DILMA PODE SER CONDENADA A 8 ANOS DE CADEIA. A ÍNTEGRA DA DECISÃO DO JUIZ QUE TORNOU A PETISTA RÉ NO QUADRILHÃO DO PT


A ex-presidente Dilma Rousseff se tornou ré na 10ª Vara Federal do Distrito Federal, acusada de integrar uma organização criminosa, juntamente com outros membros do PT. O juiz federal Vallisney de Souza Oliveira acolheu nesta 5ª feira uma denúncia contra Dilma Rousseff, Lula e outros integrantes do PT. Com a medida, os dois ex-presidentes petistas se tornaram réus no caso que pode render condenações com penas que vão de 3 a 8 anos de reclusão.

Segundo a denúncia original, os integrantes do PT utilizaram órgãos da administração pública para arrecadar propina, como Petrobras, BNDES, e Ministério do Planejamento. O ex-presidente Lula foi apontado como o líder da organização. O esquema teria permitido que os denunciados recebessem, a título de propina, pelo menos, R$ 1,5 bilhão, segundo a procuradoria. Acompanhe abaixo a íntegra da decisão do juiz federal que mandou o núcleo duro do PT para o banco dos réus:


sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Juiz torna réus Lula, Dilma, Palocci e Mantega por “quadrilhão do PT”

Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
(Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Eles passarão a responder como réus por suspeita de organização criminosa.

Por Cris Beloni

O juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal (DF), abriu ação penal contra integrantes da cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT), logo após uma denúncia de suposta organização criminosa.

Agora todos estes passam a ser réus: os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, os ex-ministros Antônio Palocci e Guido Mantega, além do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

Em setembro do ano passado, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou também ao Supremo Tribunal Federal (STF), além dos nomes citados, Paulo Bernardo, ministro do Planejamento, Edinho Silva, ministro de Comunicação Social e a senadora Gleisi Hoffmann, que atualmente ocupa a presidência do PT.

Segundo ele, a cúpula do PT recebeu R$ 1,48 bilhão de propina em dinheiro desviado dos cofres públicos. O juiz considerou a denúncia “idônea e formalmente apta” e determinou que os cinco réus sejam intimados a apresentar defesa por escrito no prazo de 15 dias. Somente Gleisi Hofmann e o marido, Paulo Bernardo, permaneceram como investigados no Supremo.

O caso é conhecido como “quadrilhão do PT”, porque se originou de um inquérito no qual integrantes de diversos partidos eram investigados por organização criminosa, mas depois foi dividido por partidos. Entre os crimes estão corrupção e lavagem de dinheiro relacionados com o Ministério de Minas e Energia, Petrobrás, Construtoras Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS e UTC, e J&F/BNDES.

Lula, Palocci e Vaccari atualmente cumprem pena de prisão por causa de outros processos da Lava Jato. Janot afirmou que Lula “foi o grande idealizador da constituição da presente organização criminosa” e pediu que sua pena seja maior que a dos demais.

sábado, 17 de novembro de 2018

As origens dos "médicos" cubanos: a formação restrita e o curso de pequena duração


16/11/2018

Na antiga União Soviética (URSS) existia uma figura no serviço público de saúde denominada "Feldsher", ou Feldscher em alemão, cujo significado literal era "aparador do campo".

Os feldsher soviéticos eram profissionais da saúde, formados em "saúde básica", que intermediavam o acesso do povo à medicina oficial, em especial nas áreas remotas, rurais e periferias soviéticas, sendo uma espécie de práticos de saúde, ou paramédicos como são chamados hoje em dia, e exerciam cuidados básicos em clínica, obstetrícia e cirurgia às populações dessas regiões.

Sua inspiração e nome derivavam dos feldscher alemães que surgiram no século XV como operadores de saúde (cirurgiões barbeiros) e com o tempo se espalharam ao longo do que foi o império prussiano e territórios eslavos, compondo a linha de frente também nas forças militares, sendo uma espécie de força militar médica nesses exércitos eslavos e saxões.

Em vários países foram adotados como profissionais da linha de frente, atuando sempre nos cuidados básicos e em alguns casos chegando a se especializar em alguma prática específica, como optometria, dentista e otorrinolaringologia. Na Rússia começaram a se popularizar a partir do século XVIII.

Diferentemente dos médicos, os feldsher possuíam uma formação mais curta e limitada. A duração do curso era em 4 anos e envolvia basicamente treinamento em ciências básicas e treinamento simples em ciências médicas clínicas, em especial medicina interna, serviço de ambulância e emergência pré-hospitalar e sempre tinha um espaço para treinamento militar, em campo de treinamento do exército, pois os feldsher estavam na linha de frente da nação, nas fronteiras.

Eram 8 anos de colégio mais 4 em treinamento prático, considerados, portanto de nível técnico.

Era um treinamento um pouco melhor que a de enfermeira, cujo foco era mais os cuidados básicos de saúde e técnicas/procedimentos de enfermagem.

Os médicos soviéticos, ao contrário, levavam pelo menos 10 anos de colégio mais 7 anos de faculdade com carga horária total pelo menos duas vezes maior (estudavam todos os sábados). Apesar do tamanho valor de formação, seus salários eram ridículos, pois o regime socialista os considerava "servos do povo".

O sistema cubano de ensino médico reproduziu, a partir do encampamento da Revolução Cubana pela URSS em 1961, esse sistema de formação em saúde. Os médicos cubanos, de verdade, ficam lá em Cuba, em sua maioria. O que Cuba "fabrica" aos milhares, todos os anos, com projetos como a ELAM e demais faculdades, em cursos de 4 anos, não são nada além da versão cubana dos "feldsher" soviéticos. São paramédicos treinados para atuar em linha de guerra, campos remotos e áreas desprovidas em geral.

A diferença é que Cuba "chama" esses feldsher de "médicos", inflando artificialmente a sua população de médicos. Com essa jogada, Cuba possui um dos maiores índices de médicos por habitante do planeta. E isso permitiu outra coisa ao regime cubano: Usar esses feldsher como agentes de propaganda de sua revolução e seus interesses não apenas dentro, mas fora de seu território.

Ao longo de décadas o regime cubano vem fazendo uso do empréstimo de mão-de-obra técnica, paramédica, porém "vendida" como médica, para centenas de países a um custo bilionário que fica todo com o regime cubano. Literalmente, como na URSS, os feldsher são "servos do povo" (no caso, leia-se "povo" como Partido Comunista de Cuba).

A ex-presidente Dilma lançou o demagógico e absurdo projeto de "resgate da saúde" do povo brasileiro às custas apenas da presença de "médicos" em locais desprovidos do mesmo, aliás, por culpa do próprio governo.

Ao invés de pegar os médicos nacionais, recém-formados ou interessados, e criar uma carreira pública no SUS e solidificar a presença do médico nesses povoados, ela resolveu importar feldsher cubanos a um preço caríssimo, travestidos de médicos, ao que seu marketing chamou de "Mais Médicos". Diante da recusa inicial, simulou-se uma seleção de nacionais, dificultada ao extremo pelo governo, para depois chamar os feldsher.

O objetivo estava claro: O alinhamento ideológico entre os regimes, o uso de "servos do povo" para fazer propaganda do governo, encher o bolso dos amigos cubanos de dinheiro e evitar a criação de uma carreira pública que poderia ser crítica e demandadora de recursos. Como não podiam se assumir como fedlsher, jogaram um jaleco, os chamaram de médicos e os colocaram para atuar como médicos de verdade.

Por isso as cubanadas não param de crescer. Por isso os erros bizarros, os pânicos diante de pacientes sintomáticos. Os cubanos não são médicos, são feldsher - agentes políticos com treinamento prático em saúde - que vieram ao Brasil cumprir uma agenda política e, segundo alguns, eventualmente até mesmo militar.

São paramédicos. Isso explica as "cubanadas". Se houvesse decência no Ministério da Saúde da gestão petista, retirariam o termo "médico" desse programa, e seria mais honesto. Mas honesto não ganha eleição nesse país."

Fonte: Portal do Conselho Federal de Medicina

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Mais Médicos foi mais generoso com Cuba do que BNDES


7,1 bilhões de reais para Cuba

De acordo com o UOL, o Brasil pagou a Cuba 7,1 bilhões de reais, entre 2013 e 2017, no âmbito do programa Mais Médicos. “É mais do que o BNDES emprestou para construir o Porto de Mariel e o aeroporto de Havana”

“Pelas regras, o Ministério da Saúde transfere ao órgão o valor de R$ 11.520 por profissional. A Opas repassa aos contratados cubanos cerca de R$ 3.000. A diferença fica com o governo de Cuba.”

O acordo assinado entre o governo brasileiro e a Organização Pan-Americana de Saúde prevê a rescisão imediata em caso de descumprimento ou mudança das regras, como propôs o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). Sem isso, o prazo mínimo para a quebra do contrato tem antecedência necessária de 60 dias.

O circo de Lula


Sem argumentos para rebater acusações no processo do sítio de Atibaia, Lula perde a compostura e acaba sendo repreendido pela juíza Gabriela Hardt: “O senhor está intimidando a acusação. E eu não vou permitir”.

Wilson Lima 15/11/18 

Os processos que pesam contra o ex-presidente Lula, o que envolve o sítio de Atibaia é sabidamente o mais consistente. Para responder sobre o imóvel, na quarta-feira 14, Lula deixou pela primeira vez sua sala-cela na sede da Polícia Federal em Curitiba, desde que foi preso. Constituiu sua estreia frente-a-frente com a juíza Gabriela Hardt, substituta de Sergio Moro, futuro ministro da Justiça do governo Bolsonaro. Logo no início do depoimento, o clima esquentou. Inadvertidamente, Lula quis lançar uma ironia num tom que resvalava para a agressividade, mas acabou fortemente repreendido pela juíza. “Doutora, eu só queria perguntar para meu esclarecimento. Eu sou o dono do sítio?”, questionou Lula. “Isso é o senhor que tem que responder”, retrucou a juíza para, em seguida, emendar: “Senhor ex-presidente, esse é um interrogatório. E se o senhor começar nesse tom comigo, a gente vai ter problema”. Ao agir com firmeza, a substituta de Moro exibiu uma face até então desconhecida do grande público: a de uma magistrada séria, pouco ou quase nada afeita a manobras diversionistas, expediente usado em geral pelos réus na tentativa de ludibriar o juízo. “A Gabriela Hardt é uma juíza linha Hard(t)”, brincam quem a conhece de perto.

LINHA HARD(t) Em depoimento na quarta-feira 14,
a juíza Gabriela Hardt não se dobrou às manobras de Lula
(Crédito:Divulgação)

Durante o depoimento, Lula admitiu que passou a frequentar o sítio a partir de 15 de janeiro de 2011, após deixar a presidência da República, conforme consta na denúncia do MPF. Lula disse que em 12 de janeiro ficou sabendo que Jacó Bittar havia adquirido a propriedade. Bittar é um ex-petroleiro, sindicalista e integrante à época do Conselho de Administração da Petrobras. Depois, tomou conhecimento que o dono do imóvel seria Fernando Bittar, filho de Jacó.

Quando questionado sobre as razões de utilizar o quarto principal do sítio em vez do de hóspedes, o que seria o procedimento usual para pessoas que estão abrigadas em residências de terceiros, Lula alegou ter se valido de prerrogativa presidencial. “Quando me davam (o quarto principal), eu ocupava. Isso era uma deferência que eu recebia tanto lá na chácara, quanto era recebido no palácio da rainha da Inglaterra, da rainha da Suécia, em vários lugares que eu frequentei, inclusive no Kremlin. Eu não sei o que o Ministério Público achou de absurdo nisso”, declarou o ex-presidente. Não consta, porém, que a rainha Elizabeth II ou o presidente Puttin tenham deixado seus aposentos para que Lula repousasse neles.

Assim como aconteceu no processo do tríplex, dona Marisa foi novamente alçada à condição de responsável pelos detalhes mais incriminatórios, como a aquisição de itens de lazer. “O pedalinho foi ela (Marisa) que comprou”.

A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) no âmbito da Lava Jato, na verdade, jamais afirmou peremptoriamente que a propriedade do sítio era do ex-presidente Lula. Mas sim que foi reformado e recebeu diversas melhorias feitas por empreiteiras para que ele desfrutasse do imóvel. Tais melhorias são entendidas pelos procuradores como uma forma de pagamento de propina proveniente de seis contratos firmados entre a Petrobras, a Odebrecht e a OAS. De acordo com os procuradores, as melhorias no imóvel totalizaram R$ 1,02 milhão. Sobre isso, Lula pouco respondeu.

“Senhor ex-presidente, esse é um interrogatório. E se o senhor começar nesse tom comigo, a gente vai ter problema” Gabriela Hardt, juíza da 13ª Vara Federal do Paraná

Bravatas

Durante as três horas de depoimento, Lula recorreu a ironias e bravatas para tentar negar sua relação com a Odebrecht e a OAS. Também não conseguiu explicar o fato de ter feito aproximadamente 270 visitas ao local durante os anos de 2011 e 2016 nem o motivo pelo qual foram encontradas notas fiscais sobre reformas no sítio no apartamento do ex-presidente, durante busca e apreensão ocorrida em 2016. Sobre o tema, Lula foi lacônico: “Bom, primeiro eu não sei se foi encontrado no meu apartamento. Eu tô sabendo disso agora”. Depois, emendou. “Eu nunca soube de nota de obra na minha casa”. A surrada e já reprovada tática do “não sei de nada” de novo não deve surtir efeito. As provas contra o ex-presidente são tão ou mais robustas que aquelas que o levaram à condenação no processo do tríplex.

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Moro: Lula é mentor do esquema criminoso da Petrobras. O tríplex é a ponta do iceberg

O SENHOR JUSTIÇA Sergio Moro quer dar continuidade no
ministério ao trabalho que desempenhou à frente da Lava Jato
(Crédito: Caio Guatelli)

Na primeira entrevista concedida a um veículo impresso desde que aceitou o convite para integrar o governo Bolsonaro, o futuro ministro da Justiça Sergio Moro diz que, apesar de o STF já permitir, ele vai propor que o cumprimento da prisão em 2ª instância assuma força de lei. Sobre as acusações de perseguição política ao ex-presidente petista, o juiz foi taxativo: “Lula é o mentor do esquema criminoso na Petrobras. O tríplex é a ponta do iceberg”.

Germano Oliveira

O juiz demonstrava descontração. Nem parecia o magistrado sisudo das audiências tensas e, não raro, acaloradas com o ex-presidente Lula e os maiores empreiteiros do País. Chegou a esboçar leves risadas, como a que soltou ao rememorar ações envolvendo escuta de celulares num presídio, “onde os presos falavam tanto que os policiais se confundiam até sobre quem falava o que”. Depois de uma hora e meia com os repórteres da ISTOÉ, brincou: “Vocês já têm histórias para escrever um livro”.

Em sua primeira entrevista exclusiva para um veículo de comunicação impresso, após ter sido escolhido ministro da Justiça e Segurança Pública pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, o juiz Sergio Moro ainda utilizou a antiga sala da 13ª Vara Federal do Paraná, em Curitiba, que ocupa há 15 anos. A partir de agora, deve passar a concedê-las somente no Palácio de Justiça, em Brasília, suntuoso prédio onde está instalado o ministério que comandará a partir de janeiro. Sua mesa na Justiça Federal é o que podemos chamar de bagunça organizada – aquela em que só o dono é capaz de se encontrar no meio dela, mais ninguém. Repleta de papeis em desalinho, um em cima do outro, cercada por estantes amontoadas por livros comprados por ele mesmo.

Mas, claro, ali no meio daquela aparente anarquia se transpira seriedade. É onde se batalhava a faina diária de um dos magistrados mais competentes do País, responsável pela Lava Jato, a mais profunda operação de combate ao crime organizado desenvolvida no Brasil. Para o novo gabinete, ele ainda não sabe se levará os livros. Uma hipótese é deixá-los mesmo em Curitiba para não sobrecarregar a mudança. O mesmo provavelmente fará com sua esposa Rosângela e os dois filhos adolescentes, só que por outras razões, obviamente. A mulher cuida de um escritório onde é advogada especialista em casos de pessoas com doenças raras. Os filhos adolescentes preferem não trocar de escola. “Irei para casa nos finais de semana”, promete. Quem ele vai levar quase que a tiracolo é Flávia Blanco, sua chefe de gabinete na Justiça Federal, uma espécie de faz-tudo do juiz e a quem ele tem em mais alta conta. Moro tem pressa. Terá pouco mais de um mês para definir também quem levará para Brasília para integrar a nova equipe. Um de seus desejos era reforçar o time com integrantes da Lava Jato, mas enxerga “óbices” difíceis de transpor. “Seria um tolo se não levasse gente da Lava Jato, que já comprovaram competência e dedicação, mas muitos teriam que abandonar suas carreiras para me seguir”.

Na verdade, a maior angústia de Moro não é deixar para trás livros, amigos e colegas de trabalho, mas as dezenas de processos da Lava Jato ainda não encerrados. Quando desencadeou a operação em 17 de março de 2014, Moro não imaginava chegar tão longe. Mas, quando decretou a prisão do doleiro Alberto Youssef, e com ele encontrou o documento da compra de uma Range Rover Evoque em nome de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, percebeu que o caso poderia atingir proporções muito maiores. Preso, Costa revelou em delação que a Petrobras era usada pelo governo Lula para o pagamento de propinas a políticos tanto do PT, como do PP e PMDB. Era apenas o fio de um extenso novelo que alcançaria o maior esquema de corrupção da história recente do País. A Lava Jato evoluiu de tal maneira que levou o juiz a condenar importantes dirigentes do PT, o mais importante deles o ex-presidente Lula, preso em Curitiba desde o começo do ano por ter recebido vantagens da OAS, entre as quais um tríplex no Guarujá, em troca de polpudos contratos na Petrobras.

Ao responder à ISTOÉ sobre o inconformismo do ex-presidente em relação à condenação imposta a ele, Moro lembrou que a sentença foi “extensamente fundamentada” e acrescentou: “As provas indicam que Lula é o mentor desse esquema criminoso que vitimou a Petrobras. E não se trata só de um tríplex. Nós falamos de um rombo de R$ 6 bilhões. O tríplex é a ponta do iceberg”. Sobre as acusações de perseguição política, e eventual relação de causa e efeito com a campanha presidencial deste ano, Moro reavivou que a sentença no caso do tríplex foi proferida em meados de 2017. “O que existe é um álibi de Lula, baseado numa fantasia de perseguição política”. Ademais, a decisão de condenar o petista a nove anos e meio de prisão, reforçou juiz, foi mantida pela Corte de apelação (TRF-4), que não apenas endossou as suas fundamentações jurídicas como ampliou a pena para 12 anos e um mês. “A partir daí, a decisão não é mais minha”, disse.


Os demais processos que Sergio Moro deixará prontos para julgamento, envolvendo o ex-presidente, como o caso do apartamento São Bernardo do Campo e de um terreno para o Instituto Lula, doado como propina pela Odebrecht, estarão sob a batuta da juíza substituta Gabriela Hardt. A sentença deverá ser proferida ainda este ano. A julgar pela audiência de estreia (leia mais às págs 32 e 33), que lhe rendeu o apelido de “juíza linha Hard(t)” pela maneira firme como arguiu e enquadrou o ex-mandatário petista durante depoimento sobre o sítio de Atibaia, tudo indica que Lula deve ser condenado novamente por corrupção e lavagem de dinheiro. “Esses processos já fazem parte do meu passado”, esquiva-se Moro.

O foco do futuro ministro da Justiça agora é na preparação dos projetos de combate à corrupção e ao crime organizado que serão submetidos ao Congresso já em fevereiro. Entre as mudanças propostas estão as que possibilitam prever em lei o cumprimento da prisão após condenação em segunda instância e a redução da maioridade penal para 16 anos, “mas apenas para crimes de sangue”. Moro pretende endurecer ainda medidas contra os cabeças do tráfico, não permitindo as famigeradas saidinhas durante o cumprimento das penas. Uma de suas ideias é proibir inclusive as tradicionais visitas íntimas a presos. Atendendo a uma promessa de campanha de Jair Bolsonaro, Moro trabalhará para flexibilizar o porte de armas, mas apenas dentro de casa: “Não vamos autorizar que as pessoas saiam armadas nas ruas”. Para quem ainda acha que ele largará a carreira de magistrado para mergulhar na política, Sergio Moro adverte: “Não serei candidato a presidente da República. Não tenho nenhuma pretensão de participar de campanhas eleitorais, nem de subir em palanques”.

O senhor vai apresentar um plano de combate à corrupção e ao crime organizado?

Nos últimos anos houve um avanço muito grande de políticas anticorrupção. A Justiça começou a mudar. Está começando a enfrentar com mais rigor os casos de corrupção. O que nós temos visto na Lava Jato é uma agenda anticorrupção forte, mas o governo federal foi muito tímido. Então a prioridade vai ser as medidas anticorrupção. E o embate contra o que já é uma coisa de segurança nacional, que é o crime organizado. A ideia é a apresentação de um plano ao Congresso já em fevereiro.

E quais serão as primeiras medidas?

O projeto que vamos apresentar ainda está em estudo e seria imprudente de minha parte anunciar todo o plano agora. Ele ainda terá que ser submetido ao presidente Jair Bolsonaro. Então é prematuro colocá-lo em detalhes neste momento. Mas, por exemplo, em matéria de crime organizado quero proibir o condenado de poder progredir de regime de cumprimento de pena se houver vínculo com organizações criminosas. Em matéria anticorrupção há a execução da pena a partir da condenação em segunda instância, que é uma questão que deverá constar no projeto a ser encaminhado ao Congresso. O entendimento do Supremo, que predomina desde 2016, é que a Constituição já permite a execução em segunda instância. O mais prudente, neste momento, é apresentar um projeto para deixar isso mais claro na legislação ordinária.

O senhor teme a mobilização das bancadas de parlamentares que estão sendo investigados pela Lava Jato, como Renan Calheiros, contra o seu projeto anticorrupção?

O novo governo traz uma expectativa de mudança. Os eleitores deram recado claro nas eleições de que há uma insatisfação com a corrupção e com a segurança pública. Isso sem ingressar na parte econômica, que também é muito importante, mas não é da minha área. Imagino que os parlamentares serão sensíveis a esses anseios dos eleitores. Mas nós pretendemos dialogar e construir uma agenda que possa ser aprovada pelo Parlamento em tempo razoável.

O senhor disse que apesar do esforço gigantesco da Lava Jato a corrupção continua. O senhor quis dizer que a corrupção não acabará?

É impossível eliminar a corrupção, como é impossível eliminar a atividade criminal. Agora, o que é intolerável é a tradição da impunidade que nós tínhamos no Brasil. Isso acabava sendo estímulo para a prática de novos crimes. Tanto assim que se chegou à uma situação, considerando os casos já julgados, de corrupção disseminada. Se não é possível eliminar a corrupção por completo, é possível reduzi-la a patamares menores do que temos atualmente.

Os governantes montaram verdadeiras máquinas de dilapidação dos cofres públicos. No governo Bolsonaro é possível que dizer que isso não se repetirá?

Crime de corrupção é muito difícil ser descoberto e investigado, porque é um crime praticado em segredo. Tem que se criar sistemas de controle e prevenção para detectar esses fatos. Agora, o que eu posso assegurar, porque isso me foi afirmado pelo presidente eleito, é que ninguém será protegido. Identificado os casos de corrupção no governo, ninguém será protegido. Esse é um compromisso meu. Não vou assumir um cargo desses para proteger alguém.

Se o senhor descobrir alguém se locupletando do governo, vai pedir que o presidente demita essa pessoa?

Sim, certamente. Se houver provas nesse sentido, e forem consistentes, vou levar ao presidente eleito para tomar uma decisão que ele entenda apropriada.

O ex-presidente Lula usa a sua nomeação para o ministério da Justiça do governo Bolsonaro para solicitar novo habeas corpus. Como vê as acusações do PT de que o senhor usou a Justiça apenas para perseguir o ex-presidente?

Essa é uma questão que agora pertence à Justiça. Eu proferi um julgamento em 2017, em que a decisão é extensamente fundamentada. As provas indicam que Lula é o mentor desse esquema criminoso que vitimou a Petrobras. E nós não tratamos apenas de um tríplex. Nós falamos de um rombo estimado de R$ 6 bilhões. O tríplex é a ponta do iceberg. A opção do Ministério Público foi apresentar a acusação com base nesse incremento patrimonial específico, que foi fruto da corrupção. Mas eu proferi essa decisão em meados de 2017 e a decisão foi mantida pela Corte de apelação. A partir do momento em que a Corte de apelação mantém a decisão, a decisão passa a ser dela. Não é mais nem minha.

O que existe é um álibi de Lula, baseado numa fantasia de perseguição política. Vamos analisar a Operação Lava Jato. Nós temos agentes políticos que foram do Partido Progressista condenados, temos agentes do PMDB e de figuras poderosas da República, como foi o caso do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, considerado adversário figadal do PT. E, claro, condenamos também agentes do Partido dos Trabalhadores. O esquema de corrupção na Petrobras envolvia a divisão de dinheiro entre executivos da estatal e agentes políticos que controlavam a empresa. É natural que o esquema criminoso dessa espécie, quando descoberto, com políticos envolvidos, impliquem majoritariamente aqueles partidos que estavam no poder e controlavam a empresa e não legendas que se encontravam na oposição.

O senhor deixou pronto para ser julgado um novo processo que envolve o ex-presidente Lula. Sobre um apartamento em São Bernardo e um terreno destinado ao Instituto Lula, em que ele é acusado de receber os imóveis como forma de propina distribuída pela Odebrecht. 

O ex-presidente deve ser condenado outra vez? 

Essa é uma questão da Justiça, a cargo da doutora Gabriela Hardt, que me substitui na 13ª Vara Federal e não seria apropriado comentar. Ela é uma magistrada muito séria e muito competente. No entanto, está em suas mãos diversos casos criminais em relação à Lava Jato, que demandam atenção dela. Então não sei se ela vai ter tempo hábil para julgar esse caso ainda este ano.

O presidente eleito Jair Bolsonaro disse que, se a polícia subir morro e numa operação dessas morrerem até 20 bandidos, não haverá problema algum. A polícia terá passe livre para matar na sua gestão?

Não existe isso. Às vezes essa questão é mal colocada. O objetivo do trabalho de investigação policial e do trabalho dessas operações contra o crime organizado é que o criminoso seja preso e o policial vá a salvo para a sua residência. O trabalho de enfrentamento das organizações criminosas é baseado em inteligência, investigação, prisão dos líderes, isolamento dos líderes e confisco de seus bens para desmantelar essas facções. Agora, existem algumas organizações que muitas vezes se valem da força e de seus armamentos para intimidar determinadas comunidades, muitas vezes carentes, utilizando armas ostensivamente. Nesse contexto pode eventualmente haver situações de confronto entre criminosos e polícia. Podem surgir incidentes, como óbitos, mas isso tem que ser evitado ao máximo, porque o risco de danos colaterais é muito grande. A situação ideal não é o criminoso morto. A situação ideal é o bandido preso.

O presidente Bolsonaro disse que policial que mata bandido em combate tem que ser condecorado. Pode haver um aumento indiscriminado de mortes por policiais?

Temos que ver em que contexto isso foi dito. Estratégia de confronto não é um objetivo. O confronto é uma possibilidade dentro do contexto de violência que existe. Não haverá o desejo de se buscar o confronto como resolução dos problemas criminais.

As facções que dominam o crime de dentro das cadeias transmitem ordens por meio de advogados ou familiares. O senhor pensa em restringir a atuação de advogados e familiares nos presídios?

Isso está sendo estudado. É evidente que tem se preservar a ampla defesa, mas as prisões de segurança máxima têm que servir como elemento para inibir novos crimes. Se o condenado mesmo assim consegue transmitir ordens, essa é uma situação em que o trabalho dos advogados tem que ser reavaliado.

As visitas íntimas deveriam acabar?

Isso está sendo estudado. É uma possibilidade.

O senhor já disse que concorda com a redução da maioridade penal para 16 anos. Não corremos o risco de se encher ainda mais as prisões com jovens que na verdade deveriam estar na escola e não presos?

A minha avaliação é que a redução da maioridade penal para 16 anos seja relacionada apenas a crimes graves. E quando falo em crimes graves, estou falando em crimes com resultado de morte ou lesão corporal gravíssima. Crimes de sangue. O que envolve um número não tão significativo desses adolescentes. Pode se dizer que isso não resolve o problema da criminalidade. E não resolve. Mas existem questões relativas à Justiça individual. Se você é parente, um pai de alguém que foi assassinado por um adolescente nessa faixa etária, você quer ver a Justiça sendo realizada. Um jovem de 16 a 18 anos já tem consciência de que não pode matar.

O que o senhor acha da proposta do presidente Bolsonaro que prevê que o cidadão possa ter uma arma em casa. O senhor não acredita que corremos o risco de ter crimes em massa como acontece nos Estados Unidos? 

É uma questão de plataforma eleitoral. Uma das promessas de Bolsonaro foi a possibilidade do porte de armas, mas em casa. Havia uma política restritiva para a pessoa obter uma arma para guardar em casa e a promessa eleitoral é que isso seria flexibilizado. A meu ver isso tem que ser cumprido, já que foi parte de uma promessa eleitoral. Mas é algo bem diferente de autorizar as pessoas a saírem armadas nas ruas. Por outro lado, não estamos falando em autorizar porte em casa de armas automáticas, de fuzis. É uma situação diferente da que acontece nos Estados Unidos. Agora, teremos que tomar muito cuidado, e isso eu conversei com o presidente eleito, de permitir que essa flexibilização seja uma fonte de armamento para o crime organizado.

“A situação ideal não é o criminoso morto. A situação ideal é bandido preso e policial vivo em casa” .

Se houver invasões a propriedades rurais ou ocupação de sem tetos a prédios públicos, como o senhor vai se comportar?

Já existe a lei que protege a propriedade privada. Esses movimentos sociais têm direitos e liberdade de manifestação, de protesto, é algo natural. Mas existem limites para esse tipo de coisa, como invasão, prejuízos à propriedade privada, perturbação da ordem, fechamento de vias públicas com queima de pneus, incomodando as pessoas. Isso não é comportamento aceitável. Isso foge da regra e tem que ser apurado na forma da lei, responsabilizando as pessoas que provocaram danos ao patrimônio. Eles não são inimputáveis.

Se houver discriminação e ataques contra gays, negros, mulheres, quilombolas, o senhor pensa em punir quem levar a cabo essas ações? 

Não há nenhuma chance disso acontecer. Não há nenhuma iniciativa de discriminação às minorias. O próprio presidente eleito declarou isso sucessivas vezes e no que se refere ao Ministério da Justiça, em especial, o meu entendimento é que todos têm direito a igual proteção da lei, seja maioria, seja minoria. Eu conheço vários homossexuais, alguns deles são pessoas fantásticas, das melhores que conheço, e não vejo a menor perspectiva de que venham a ser perseguidos.

O senhor ainda tem como meta chegar ao Supremo, que sempre foi seu sonho na carreira de magistrado? 

Não existe uma vaga no Supremo. Ela ocorrerá só em 2020. Seria indelicado de minha parte pensar numa nomeação para o Supremo agora.

O senhor chegou a negociar essa possibilidade com o presidente? 

Eu não apresentei nenhuma condição ao presidente eleito. A questão foi levar a ele uma pauta para ver se tínhamos convergências e, no que se refere às divergências, se elas seriam razoáveis.

O senhor prefere a Justiça ou pretende ser candidato a presidente da República em 2022? 

Não existe candidatura a presidente. Eu prometi e já fiz declarações expressas de que não ingressaria na política. Esta ida para o ministério foi interpretada por alguns como uma quebra dessa promessa. Mas na minha avaliação, estou indo para o governo para implementar uma agenda anticorrupção e anticrime organizado, num papel eminentemente técnico. Eu não tenho nenhuma pretensão de participar de campanhas eleitorais, de subir em palanque.