quarta-feira, 14 de junho de 2017

SÃO FRANSCISCO: TRANSPOSIÇÃO ESTOURA EM VÁRIOS PONTOS E ÁGUA VAI EMBORA



Da Redação 13/06/2017

A obra da Transposição do São Francisco apresentou mais um problema no trecho pernambucano. Em Custódia, a construção do canal rompeu, provocando vazamento de água. O relato virou assunto nas redes sociais, com questionamentos em relação à qualidade da engenharia. O prefeito da cidade de Sertânia, Ângelo Ferreira, que fica a 40 quilômetros de Custódia, confirmou o vazamento ao Blog do Magno Martins, informando que a empresa responsável pelo trecho já conteve o vazamento para evitar danos maiores. A obra é de responsabilidade do Ministério da Integração Nacional e já está em construção há dez anos. O custo do projeto é de R$ 8,2 bilhões.

O trecho em questão integra o Eixo Leste e foi o primeiro a receber a água do Velho Chico, percorrendo Pernambuco com destino à Paraíba. Em Custódia, onde ocorreu o incidente deste fim de semana, a água chegou em fevereiro deste ano, um percurso de quase 100 quilômetros a partir da captação do Rio até a quarta Estação de Bombeamento Vertical (EBV) do trecho, equipamento que leva a água a alturas em que o fluxo não consegue seguir por gravidade. A terceira EBV do Eixo Leste, por sinal, foi inaugurada com bastante tom político pelo presidente da República, Michel Temer.

Vários trechos da obra foram construídos e, com a falta de continuidade, apresentaram rachaduras, fissuras e até sinais de abandono (mato crescendo em meio aos canais). Há pouco mais de um ano, os incidentes foram testemunhados pela reportagem do Diario. Na época, o Ministério afirmou que os reparos são de responsabilidade das construtoras, que tem o contrato de entregar a obra em plenas condições, sem custo extra ao governo federal.

Prioridade do Governo Federal, a maior obra de infraestrutura hídrica do País, quando totalmente concluída, vai atender mais de 12 milhões de pessoas em 390 municípios nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. O Eixo Leste já está completamente em testes, com água em todos os equipamentos. Já o Eixo Norte, ainda tem um trecho com licitação em andamento e tem previsão de entrar em testes de operação ainda neste ano.

A obra foi inciada em 2007 no governo Lula e tinha previsão de entrega em 2010, ao custo de R$ 4,5 bilhões. A construção amargou paralisações, contratos interrompidos, precisou ser relicitada em vários trechos e viu o valor quase que dobrar. Durante o governo Dilma Roussef, a obra sofreu dois grandes reajustes, quando foi para R$ 6,7 bilhões e, em seguida, aos R$ 8,2 bilhões atuais.

Apesar do status de “abastecendo as cidades”, como divulga o governo, a água que chega pelos canais nos estados de Pernambuco e da Paraíba ainda não está liberada para consumo humano. O Ministério da Integração Nacional espera a resposta do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), que aprovou a liberação da água para testes dos equipamentos e vai validar o consumo mediante análise das compensações ambientais do dano ao ecossistema.

Ainda de acordo com o ministério, depois da liberação, o controle da água será dado aos estados, que terão a responsabilidade de tratar a água e fazer a distribuição para a população. A água, por enquanto, pode ser vista, mas não utilizada.

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