quinta-feira, 19 de maio de 2016

MORO AFIRMA: 'DIRCEU É A PEÇA CENTRAL, MAS O CHEFE É OUTRO'

Juiz federal Sérgio Moro deixa 'no ar'
que existe um chefe no comando das propinas.

Juiz federal Sérgio Moro condenou o ex-ministro José Dirceu por corrupção e lavagem de dinheiro, porém, deixou claro que existe um chefe no comando.

O juiz federal paranaense, Sérgio Moro, condenou o ex-ministro José Dirceu a 23 anos e 3 meses de prisão por corrupção, organização criminosa, lavagem de dinheiro, em decorrências das investigações realizadas pela Operação Lava Jato. O juiz, porém, deixou em aberto um fato importante: quem seria o papel de líder no esquema? Moro não reconheceu o ex-ministro Dirceu como o chefe da organização criminosa, referente à corrupção na Petrobras. Dirceu tinha um papel de destaque e foi beneficiado por milhões desviados, além de ser responsável pela criação do esquema criminoso que envolveu diversas estruturas do poder. Sérgio Moro também não entendeu, porque o Ministério Público Federal argumentou que o condenado dirigia os outros políticos, sendo que ele (Dirceu) não era o líder.

Fato "perturbador"

O juiz da Lava Jato dá atenção especial a um fato um tanto "perturbador": como pode o ex-ministro da Casa Civil, no governo Luiz Inácio Lula da Silva, continuar recebendo propinas, mesmo sendo réu do Mensalão? O juiz declarou que nem o julgamento pela mais Alta Corte do País inibiu o recebimento de propina. José Dirceu está preso desde agosto de 2015, em Curitiba, e segundo a Procuradoria da República, metade do dinheiro desviado ia para Dirceu e a outra metade para o PT. Grupo criminoso

De acordo com Moro, o grupo criminoso que atuava na Petrobras não é do tipo mafioso, ou seja, com uma estrutura hierarquizada, o que significa menor complexidade. No começo, Dirceu foi condenado a cinco anos de prisão pelo crime de corrupção, mas a pena foi aumentando conforme as investigações iam sendo concluídas. Em apenas um ato de corrupção, o ex-ministro adquiriu R$ 1 milhão e esse custo da propina de Dirceu foi repassado à Petrobras. Considerando apenas a parte que Dirceu recebeu, a prática do crime de corrupção envolveu cerca de R$ 15 milhões. As penas somadas chegam a 23 anos e 3 meses de prisão e englobam crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa. Ainda cabe recursos à defesa de José Dirceu, mas, por enquanto, essa é a sentença dada pelo juiz.

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