Apesar de as famílias de Barrocas zelarem pela moral e pelos bons costumes, desde o início de sua história, não faltavam aqueles que envergonhavam as famílias. João Neto conta este episódio acontecido que ele ainda era jovem:
“Lembro-me de um fato que eu mesmo vi bem de perto. Um pai de família de Barrocas tinha duas filhas. Lá pelos fins da década de 40 e inicio da década de 50, um marmanjo de Barrocas, tido como valentão e amante de jogo de azar, igualmente ao pai, engraçou-se com uma das filhas desse senhor, começou a namorar e terminou “mexendo com a honra” dela. O devedor foi levado, à força, a Serrinha para casar com vítima e limpar-lhe a honra. Nessa época, eu trabalhava naquela cidade como telegrafista na estação da Leste. Passando pela frente da igreja matriz, vi aberta e entrei. Logo, avistei o sujeito, a moça, o delegado e soldados. Ao perceberem a minha presença, chamaram-me e perguntaram se eu conhecia aquele rapaz. Respondi afirmativamente, pois eu conhecia muito bem o malandro. Pediram que eu servisse de testemunha do casamento que iria acontecer naquele instante”.
“O Pe. Carlos Olympio, após os conselhos de praxe falando sobre a responsabilidade do marido, fidelidade conjugal e bom exemplo aos filhos, realizou o casamento. Terminada a cerimônia, o delegado retirou-se com os soldados, e, marido e mulher, voltaram para Barrocas e continuaram vivendo normalmente”.
“Tempo depois, o safado buliu com a honra da cunhada e ficou morando com as duas irmãs. Porém, continuou aprontando das dele. Uma senhora que mora em Barrocas contou-me que a mãe dela, ainda moça, vindo da roça a Barrocas para comprar um remédio, foi atacada por esse tarado. Ele colocou uma faca no pescoço dela, levou para dentro do mato e a estuprou. Desse ato foi gerada a relatante. Segundo ela, o assanhado passou a morar em outra cidade da região, onde continuou a cometer suas diabruras. Morreu naquela cidade”.
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