segunda-feira, 13 de junho de 2011

BARROCAS: PRIMEIRO SUICÍDIO

João Neto conta que, quando era menino e frequentava a escola em Barroca, sendo aluno da professora Alice (foto)em um dia sábado, chegou ao povoado um caixeiro-viajante montado em um burro, como era costume na época; pediu o pasto de Sinfrônio Queiroz para deixar o animal pernoitar; conseguiu do comerciante João Afonso o seu armazém para dormir. O imóvel era parede de meia com a escola, onde a professora dormia nas dependências do fundo.

Pela manhã, o homem não abriu a porta nem apareceu. João Afonso, preocupado, procurou ver o que havia de estranho. A professora informou que, à noite, tinha ouvido um baque no interior do armazém. O sol já estava alto, o imóvel continuava fechado. João Afonso batia na porta e ninguém respondia. Então, colocou uma escada na parede do fundo, subiu e olhou para dentro. Lá estava o homem pendurado por uma corda, enforcado. Ele havia empilhado uns caixotes, subido, feito o laço, colocou no pescoço e se jogou; os caixotes caíram fazendo o barulho que a professora ouviu.

Apesar de João Afonso ter proibido que as pessoas se aproximassem do local, sua filha Ana subiu pela escada, olhou para dentro e viu o homem pendurado. Logo a notícia se espalhou pelo povoado. Enquanto isso, dirigiram-se a Serrinha para providenciar o registro policial. Na segunda-feira, os alunos vieram à escola, mas não houve aula porque a população ainda estava chocada pelo ocorrido.

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