domingo, 6 de março de 2011

BARROCAS E SUA HISTÓRIA

Barrocas - Praça da Igreja de antigamente.
Hoje, Praça São João Batista.

Nós construímos a História e dela fazemos parte. É por ela que sabemos quem somos e de onde viemos. Você conhece a história de seus antepassados? Lembra os nomes de seus avós, bisavós, tataravós? Conhece a origem da fazenda, do povoado ou da cidade onde nasceu?
Se você é barroquense já deve ter lido o livro “BARROCAS, uma filha da estrada de ferro” ou “BARROCAS – Bahia, origem, pessoas, política e fatos que a história não contou”- publicados por João Neto e Tiago de Assis. Se leu, já conhece alguma coisa sobre a origem de Barrocas e sobre alguns barroquenses que se distinguiram no desenvolvimento da cidade.

A PRAÇA SÃO JOÃO BATISTA

Barrocas - Atual Praça São João Batista

O terreno que compreende a Praça São João Batista em Barrocas, a área onde está construída a igreja matriz e aquele correr de casa que fica entre a praça e a estação da estrada de ferro fazia parte dos terrenos de Pedro Telles de Oliveira e sua mulher D. Alberta Maria de Jesus (conhecida também como Alberta), deixados como herança de José Alves Campos para a viúva Alberta (Felisberta) que casou depois com Pedro Teles.
Quando surgiu a necessidade de construir uma capela maior em Barrocas – pois a capelinha não comportava mais o número de pessoas que frequentavam os atos religiosos – Pedro Teles e sua esposa doaram ao padroeiro são João Batista aquela faixa de terra para a construção da nova capela. A área corresponde a três tarefas: uma tarefa de largura por três tarefas de altura, conforme consta na escritura de doação.
Para quem não entende de tarefa, saiba que uma tarefa corresponde a 900 braças quadras. Uma braça corresponde a 2,20m. Três tarefas correspondem a pouco mais de um hectare.
Na doação consta também mais meia tarefa para a construção do atual cemitério.
Veja, abaixo, a cópia do termo da escritura de doação, registrado no Cartório de Imóveis de Serrinha, Livro nº 18, fls 99 e 100 - Tabelião Cornélio Paz Cardoso, 24 de outubro de 1935.

ESCRITURA DE DOAÇÃO DO TERRENO PARA CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA CAPELA EM BARROCAS


“Saibam quantos esta publica escritura de doação virem, que sendo aos vinte e quatro dias de outubro de 1935, nesta cidade e comarca de Serrinha, em meu cartório compareceram partes entre si juntas e contratadas a saber: De um lado como outorgantes doadores Pedro Telles de Oliveira e sua mulher D. Alberta Maria de Jesus, lavradores, residentes no lugar Barrocas, deste termo e do outro como outorgado donatário São João Batista de Barrocas, representado pelo vigário Cônego Carlos Olímpio Sylvio Ribeiro, residente nesta cidade, reconhecidos pelos próprios de mim Tabelião e das duas testemunhas abaixo nomeadas e assinadas, dou fé dito que são senhores e legítimos possuidores de terrenos do lugar Barrocas, deste termo que houveram por herança de José Alves de Campos, conforme certidão que apresentaram, resolveram desmembrar uma faixa de terra com três tarefas, sendo uma de largura e três de altura junto a estação da estrada de ferro de Barrocas, ao lado sul, em cuja área será edificada a capela de São João Batista de Barrocas e mais uma área com meia tarefa quadrada, ao poente onde já está localizado o cemitério, cujos pedaços de terra acima descritos, fazem doação, neste ato, a São João Batista de Barrocas por Intermédio do Vigário Cônego Carlo Olympio Sylvio Ribeiro, a cuja doação dão o valor de duzentos mil reis (200$000). E possuindo o referido terreno livre de quaisquer ônus, resolveram doá-lo gratuitamente, como efetivamente doado tem por bem deste contrato transmitindo desde já ao donatário todo direito e ação e a posse pela clausula constituída, para que possa gozar de hoje em diante por quanto fazem a presente doação boa firme e valiosa em qualquer tempo. Perante o Vigário Cônego Carlos Olympio Sylvio Ribeiro, por ele foi dito que aceitava a presente doação nos termos da presente escritura por ser feita de comum acordo com os doadores.Assim acordes me pediram que lavrasse a presente escritura que lida em presença das partes e das testemunhas Ademar de Araújo Freitas e Silvio Ribeiro dos Santos ambos conhecidos que assinam com as partes, assinando pela doadora que por não saber ler e escrever Emiliano Alves Santiago. Eu Cornélio Paz Cardoso tabelião a assino. Isenta de selo conforme preceito legal (aa). Pedro Telles de Oliveira, Emiliano Alves Santiago, Vigário Cônego Carlos Olympio Sylvio Ribeiro, Silvio Ribeiro dos Santos e Ademar Araújo de Freitas. Nada mais se continha em a escritura aqui fielmente transcripta do livro de notas, nº 18, fls 99 e 100, dou fé eu Cornélio Paz Cardoso Tabelião. E assim assigno em público e rogo”.
Em test. cc verd.,
Serrinha, 24 de outubro de 1935 - O Tab. Cornélio Paz Cardoso.
(Registrada em Cartório de Imóveis).

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