sábado, 11 de fevereiro de 2012

DONA MOCINHA, IRMÃ DE LAMPIÃO, MORRE AOS 101 ANOS

Maria Ferreira Queiroz (foto), conhecida como dona Mocinha, morreu na tarde desta sexta-feira (10), em São Paulo. Ela era a única irmã viva de Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião. Segundo a família, ela foi internada horas antes de falecer com problemas pulmonares, mas não resistiu. O velório e o local do sepultamento ainda será definido pela família.
O documento de identidade da irmã de Lampião indica que ela nasceu em 8 de janeiro de 1906, portanto, ela teria completado 105 anos, mas ela sempre se recusou a afirmar que tivesse essa idade, mas alegava que não era por vaidade. Ela tem outro documento que aponta a data de nascimento em 8 de janeiro de 1910. Era por este documento que dona Mocinha costumava se identificar.
Ela vivia em um apartamento com os filhos Expedito e Valdeci, em Santana, na Zona Norte de São Paulo. Os parentes mais próximos que também moram em São Paulo, além dos dois filhos, costumavam visitá-la, principalmente na data de aniversário dela.
“Ainda não sabemos onde será o velório e nem o sepultamento. Ela estava doentinha, vez ou outra ela era internada para cuidar da saúde. Já tinha muita idade. Acreditamos que foi insuficiência pulmonar”, disse o neto Marcos Antonio Tavares, 53 anos.
O pesquisador e historiador Antônio Amaury Correia, que mora perto de dona Mocinha, foi um dos responsáveis por descobrir a segunda data de nascimento da irmã de Lampião. “Ela tinha dois documentos. Até hoje não sabemos com certeza qual era a idade dela”, disse ele em entrevista.
“Foi uma grande perda. Apesar de ela não ter vivido a história do cangaço, já que era muito pequena quando Lampião estava atuando, ela sempre foi uma referência histórica”, afirmou o historiador e especialista em cangaço, João de Sousa Lima. As informações são do G1.
Fonte e foto de
portaldenoticias.net


RELEMBRANDO
Por falar em Lampião, eu conheci, quando menino e morando em Barrocas, uma senhora esposa de um ferroviário importante da cidade, que tinha dançado com o chefe cangaceiro e seu bando, por ocasião da invasão de Queimadas - BA. Ela contava que Lampião obrigou todas as moças da cidade a participarem de um baile que ele organizou na cidade, e a dançarem todas nuas. Ela, salvando sua honra, repetia: "Todos dançaram com o maior respeito". Dizia, ainda, que o chefão prometia castrar o cangaceiro que abusasse das donzelas dançarinas de Queimadas.


Quando o trem passava em Barrocas, os passageiros ficavam curiosos para conhecer a ex-dançarina de Lampião que, na época, morava no povoado em uma casa próxima à estação. Mas ela, escondia-se em casa e olhava o trem pela greta da janela. Esta senhora ainda vive. Está com mais de 100 anos e, por incrível que pareça, ainda costura e ensina crochê. Não mora mais em Barrocas. Mora em uma cidade da Bahia que ficou famosa pela laranja doce que produzia. É conhecida por apelido e não revela seu primeiro nome. Viúva, conserva o sobrenome do marido. Não o posso revelar por uma questão de respeito à privacidade alheia.

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