domingo, 21 de dezembro de 2014

Dilma propõe pacto nacional contra a corrupção e defende Petrobras


Por Bruno Peres, Thiago Resende e Andrea Jubé | Valor

BRASÍLIA - No discurso em que recebeu o diploma pela reeleição no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff propôs um “pacto nacional contra a corrupção”, envolvendo todos setores da sociedade e esferas de governo. Ela afirmou que esse pacto vai desaguar na “grande reforma política” que o Brasil vai promover no próximo ano. Dilma adiantou, ainda, que reserva para o discurso de posse, no próximo dia 1º, o detalhamento das medidas que vai tomar para promover “mais crescimento e mais desenvolvimento econômico e mais progresso”.

“Chegou a hora, é preciso arrancar os últimos traços dessa herança nefasta e jogar no lixo da história”, disse, sobre a corrupção. Dilma afirmou que “a corrupção está entranhada na alma humana e cobra permanente vigilância”. Ela ressaltou que “não é defeito ou vício exclusivo de um ou outro partido, uma ou outra instituição”, em defesa implícita do PT e de outros aliados citados no esquema de desvios na Petrobras.

A presidente propôs convidar todos os poderes da República e forças da sociedade para elaborar, juntos, as medidas e compromissos de combate à corrupção.

Dilma disse que é preciso uma “nova consciência, uma nova cultura”, valores éticos profundos, e que será um processo que envolverá várias gerações.

A presidente reeleita fez uma defesa veemente da Petrobras. Ela disse que a empresa “tem sido e vai continuar sendo um ícone de eficiência”. A presidente citou que a empresa já vinha passando pelo aprimoramento de sua gestão, e as denúncias recentes só fazem reforçar a determinação de “implantar a mais eficiente estrutura de governança e controle”. Reforçou que a Petrobras é a empresa “mais estratégica para o Brasil e a que mais contrata e investe no Brasil”.

Dilma defendeu que seja possível “saber apurar e punir sem enfraquecer” a companhia, sem diminuir sua importância, defendeu o modelo de partilha e a política de conteúdo nacional na exploração do pré-sal.

“Temos que continuar acreditando na mais brasileira das suas empresas”, disse Dilma. “Temos que punir as pessoas, não destruir as empresas, é preciso saber punir o crime, não prejudicar o país ou sua economia, temos que fechar as portas, todas as portas para a corrupção, não temos que fecha-las para o crescimento o progresso o emprego”, concluiu.

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