Foto: João Neto e Tiago de Assis
por ocasião do lançamento do livro Barroccas, uma filha da estrada de ferro, 2007
Escrevendo sobre as fazendas mais antigas de Barrocas, João Neto assim se expressa: “São várias as fazendas mais antigas de Barrocas, mas começo falando da Fazenda Espera, porque ela tem uma importância marcante para a história de Barrocas e de seus primeiros habitantes.
Ela pertencia ao senhor José Alves Campos. O seu território ia desde a sede da fazenda até o limite com a Fazenda Maçaranduba, que ficava a 300 metros do lado sudoeste da estação da estrada de ferro. A residência do proprietário era localizada onde hoje é o sangradouro do atual açude da cidade, a uma distância de aproximadamente um quilômetro da estação.
O senhor José Alves Campos foi casado com dona Felisberta Maria de Jesus. Ele era filho legitimo de Manoel Alves Campos e dona Ana Maria de Jesus. Ela, filha natural de Marcolina Maria de Jesus.
Dessa união nasceram duas filhas: Guilhermina Maria de Jesus e Jerônima Maria de Jesus.
Guilhermina casou-se no dia 12 de março de 1898 com José Ferreira de Oliveira (Caduda), filho de Ângelo Ferreira Oliveira e Madalena Maria Oliveira. Desse casamento nasceram: Maria Madalena de Jesus (Mariquinha), Santinha, Antônia (Totonha) e José Bonifácio.
Maria Madalena de Jesus (Mariquinha) casou com Sinfrônio Alves de Queiroz (foto).
Foto:Maria Madalena de Jesus (Mariquinha) com seu esposo Sinfrônio Alves de Queiroz. Ela, filha de José Ferreira de Oliveira (Caduda) e de Guilhermina Maria de Jesus. Mariquinha era neta de José Alves Campos, conhecido como José da Espera.
Santinha casou-se com Fernando, ferroviário, residente em Salgada (Salgadália).
Jerônima Maria de Jesus - filha de José Alves Campos e Felisberta Maria de Jesus - casou-se com Antônio Teles de Oliveira (irmão de Pedro Teles). Dessa união nasceram: José Zeferino, Joaquim, Messias, Miro Teles, Antônia, Felisberta, Balbina, José Teles e Joana.
Com a morte de José Alves Campos, Felisberta Maria de Jesus casou-se com Pedro Teles de Oliveira, irmão de Antônio Teles, natural de Ouriçangas-Ba, filho legítimo de Joaquim Teles e de Balbina. Dessa união de Felisberta e Pedro Teles, nasceu Raimundo Teles de Oliveira, entre outros. Ficando viúvo, Pedro Teles casou-se pela segunda vez com Maria Alves de Lima (Bilia), vindo a falecer com 103 anos, em 08 de agosto de 1961.
Com a morte de José Alves Campos, e Pedro Teles, casando com a viúva, passou a ser dono de uma parte da Fazenda Espera com a sua esposa Felisberta. Antônio Teles, casando com Jerônima, filha de José Alves, passou a ser dono também da outra parte da fazenda. Com o passar do tempo, a fazenda foi dividida entre os herdeiros e muitos já venderam a parte herdada, dando origem a outras pequenas fazendas. Lembrar que o perímetro urbano da cidade de Barrocas também fazia parte da Fazenda Espera”.
O comércio do povoado foi desenvolvendo-se, a população aumentando, casas melhores foram sendo construídas, mas uma capelinha simples, que tinha sido construída para atender celebrar os atos religiosos, já não comportava as pessoas que frequentavam para ouvir a Palavra de Deus e fazer suas devoções. Situava-se justamente onde foi a delegacia velha, com frente para a estrada de ferro. Precisava-se de um templo mais amplo e confortável.
Igreja antiga de Barrocas e a praça, cujo terreno foi doado á igreja por Pedro Teles e sua esposa.
Diante disso, sensibilizados, o senhor Pedro Telles de Oliveira e sua mulher D. Felisberta Maria de Jesus (conhecida também por Alberta) doaram um terreno - com escritura pública datada de 24 de outubro de 1935 - para a construção de uma capela maior que fosse mais adequada a atender os fiéis. O terreno media três tarefas de comprimento por uma de largura, partindo do fundo da estação até onde foi construída a atual igreja.
Algum tempo depois, iniciou-se a construção da igreja. Foi erguida toda de em pedra e cal em regime de mutirão. Foi concluída em março de 1942. O local escolhido para a edificação do novo templo foi o mais apropriado possível, devido à sua localização, na parte mais alta do povoado.
O documento de doação do terreno para a construção da igreja encontra-se no Livro de Notas do Cartório de Imóveis de Serrinha (BA), numero 18, folhas, 99 e 100, assinado pelo tabelião Cornélio Paz Cardoso.
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