Análise feita pela Polícia Federal com base em material anexado aos autos da Operação Lava Jato revela que dinheiro para a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff estava relacionado ao recebimento de propinas de contratos na Petrobrás.
O esquema envolvia "doações" para a campanha de Dilma e os valores eram posteriormente reembolsados através de contratos com a Petrobras, conforme detalhou o dono da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa.
Em conversas interceptadas pela Polícia Federal, O executivo da UTC interlocutor de Pessoa, apontado pela PF como operador de pagamentos da empreiteira, fala em “contribuição” e resgates. Walmir Pinheiro Santana foi preso com Pessoa em 14 de novembro de 2014, alvo da 7.ª fase da Lava Jato, batizada de Juízo Final. Para os investigadores, os resgates são devolvidos em compensação aos valores pagos em propina para a campanha de Dilma.
A Polícia Federal confirmou que encontrou informações sobre Pessoa o agendando de Pessoa no comitê da campanha presidencial em Brasília, às 11h do dia 29. Ao cruzar as informações, a PF se deparou com o nome do chefe de gabinete aparece como contato do comitê da campanha de Dilma e o nome do ministro Edinho Silva, como responsável pela emissão do recibo referente à propina, além do telefone do comitê da campanha presidencial, em Brasília. O ministro Edinho Silva já informou que agiu sob ordens de Dilma.
Na análise da PF, em uma das mensagens, o executivo da UTC reclama o abatimento de valores doados e também relaciona os pagamentos à entrada de dinheiro da “PB”, que seria a sigla usada por eles para Petrobrás.
“Ricardo Pessoa: posso resgatar o que fizemos de doações esta semana?? Tá pesado e não entrou um valor da PB que estava previsto para hj, +/- 5mm”, pergunta o executivo ao seu subordinado.
Ao cruzar as informações, a PF encontrou a comprovação do esquema no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) onde há os registros de duas doações para a campanha de Dilma em datas que coincidem com as comunicações de Ricardo Pessoa e seu subordinado na UTC
O que garante certa tranquilidade à Dilma é o fato da Constituição não permitir a investigação do chefe do Executivo por qualquer ato que não seja relacionado com o exercício do cargo da Presidência. Dilma se elegeu com dinheiro roubado antes de tomar posse, mas de acordo com a Constituição, isso não tem nada a ver com o exercício do cargo da Presidência, que passou a contar a partir de 1º de janeiro de 2015.
Com informações do Estadão
@muylaerte
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