Carlos Antônio de Souza faz visitas guiadas
pela maior favela do Brasil expondo os problemas de infraestrutura da comunidade
Ele nasceu e cresceu na Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, e fala cinco línguas sem nunca ter saído do Brasil. Carlos Antônio de Souza trabalha à noite em um hotel e durante o dia faz visitas guiadas pela maior favela do Brasil.
Mas o passeio que ele propõe aos visitantes, a maioria estrangeiros, é diferente. Em vez de percorrer as principais ruas da comunidade onde, segundo estimativas não oficiais moram 180 mil pessoas, Souza guia os turistas por vielas e um labirinto de ruas onde pedestres disputam espaço com um emaranhado de fios pedurados.
Ele diz que gosta de expor os problemas de infraestrutura da comunidade e a falta de investimentos públicos. Ao passar por um esgoto ao céu aberto, ele diz em um inglês fluente: "Não tape o nariz, respire fundo, porque vocês só vão passar cinco minutos aqui. Essas pessoas vão morar aqui a vida toda".
Em depoimento à "BBC", Souza disse que "isso é violência, as pessoas morando no meio do esgoto". "Olha para este lugar, estamos entre dois bairros ricos da cidade. De um lado, apartamentos são vendidos por US$ 4 milhões. De outro, são alugados por US$ 1.500 mensais. Isto é violência".
UPP
Sobre a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), presente na Rocinha desde setembro de 2012, o carioca opina que a situação na comunidade está "pior do que antes". "Não tem pacificação, estamos vivendo uma ditadura, eles pedem que fechemos a boca fechada e fiquemos em casa. E não precisamos da polícia. Precisamos de projetos de infraestrutura, educação, saúde e dignidade".
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BARROCAS: A HISTÓRIA QUE A HISTÓRIA NÃO CONTOU
terça-feira, 10 de junho de 2014
'Respire fundo, isso que é violência', diz guia sobre esgoto a céu aberto na Rocinha
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