domingo, 22 de setembro de 2013

Fazendeiro acusado de mandar matar Dorothy Stang é condenado a 30 anos de prisão em quarto júri

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Pela terceira vez em seis anos, o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o "Bida", foi condenado por ser o mandante da morte da missionária Dorothy Stang (foto), em 2005. O julgamento ocorreu na quinta-feira, 19, em Belém.

Na noite desta quinta, os jurados da Segunda Vara do Júri de Belém se reuniram e entenderam que ele encomendou o crime. A sentença do juiz Raimundo Moisés Alves Flexa determinou pena de 30 anos de prisão, semelhante ao do último julgamento, em 2010.

O magistrado alegou. "Ela foi morta por conflitos fundiários, covardemente abatida, sem concorrer para o crime. Era uma pessoa de clara generosidade com o seu semelhante. A pena deve  servir de exemplo", afirmou.

Conforme a denúncia, Bida foi condenado por homicídio duplamente qualificado, por encomenda mediante promessa de recompensa e morte por meio que dificultou a defesa da vítima. Foi o quarto julgamento de Bida pelo crime, com três condenações.

Segundo o MPE (Ministério Público Estadual) do Pará, apesar da condenação, o fazendeiro seguirá detido em regime semiaberto. O novo julgamento do fazendeiro ocorreu por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), em maio deste ano, que anulou o terceiro júri popular do fazendeiro, quando foi condenado a 30 anos de prisão. Nos dois anteriores, ele foi condenado e inocentado.

Durante o júri foram ouvidas oito testemunhas, três de acusação e cinco de defesa.

O MPE defendeu a tese, perante os jurados, de que Bida ofereceu R$ 50 mil aos executores de Dorothy porque tinha interesse na morte da missionária. O fazendeiro teria terras griladas no sudoeste paraense e seria um dos alvos dos protestos da americana.

Na porta do fórum, muitos integrantes de entidades sociais e religiosas fizeram vigília. Os 170 lugares do plenário não foram suficientes. Boa parte dos espectadores era dos municípios de Anapu e Pacajá, no sudeste do Pará. Também acompanharam o julgamento irmãs de "Notre Dame".

Integrantes da CPT (Comissão Pastoral da Terra) também realizaram movimentação desde o começo do dia, com realização de culto ecumênico e orações. Entidades internacionais também acompanharam o júri na capital paraense.

Dorothy realizava trabalho social na região de Anapu, sudoeste do Pará, para implantação do Projeto de Desenvolvimento Sustentável. Ela foi morta em 12 de fevereiro de 2005. À época com 73 anos, ela levou seis tiros após ser abordada em uma estrada de terra de difícil acesso do município.

Além de Bida, também responde como mandante do crime o pecuarista Regivaldo Pereira Galvão. Ele é acusado de prometer recompensa para quem matasse a missionária. Ele foi condenado a 30 anos de prisão em outubro de 2011, mas recorre da decisão para tentar anular o júri.

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