O parasitólogo Luiz Hildebrando - (Foto: Filipe Redondo/ÉPOCA)
“Será que
um especialista em malária não pode ter opiniões
políticas e expressá-las?”
Referência em parasitologia, o cientista Luiz Hildebrando lança um livro com suas ideias políticas. Ex-militante comunista, ele faz críticas ao PT
Luiz Hildebrando Pereira da Silva, de 84 anos, é um dos maiores cientistas do Brasil, autor de mais de 150 estudos sobre malária e doenças infecciosas.
Sua carreira foi truncada pelas ideias políticas: comunista, foi demitido do cargo de professor da Universidade de São Paulo no golpe de 1964. Refez a carreira em Paris, onde se aposentou como diretor do renomado Instituto Pasteur.
De volta ao Brasil, dirige desde 1998 o Instituto de Pesquisa em Patologias Tropicais de Rondônia. Luiz Hildebrando acaba de reunir suas reflexões sobre oito décadas de vida e política no recém- lançado Crônicas subversivas de um cientista (Vieira & Lent, 477 págs., R$ 68).
Ele critica políticas públicas como o Bolsa Família e acha que o “consumismo das classes populares” é um mal para o país.
Em em trechos da entrevista dada à revista ÉPOCA, ele diz:
"O Brasil mudou muito. Não como eu gostaria, mas mudou para melhor. Ainda não temos uma elite política que pense o país no longo prazo. O governo continua resolvendo os desafios do dia a dia. A liderança mais expressiva do país é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se concentrou no combate à miséria. Mas soluções como o Bolsa Família são de curto prazo. Não dá para continuar assim. É insustentável. A redução da pobreza criou o problema do consumismo das classes populares, que acreditam ser essa a finalidade da existência. É um sistema caricatural do american".
Perguntado como o ele, Luiz Hildebrando, via o futuro político do país, respondeu:
"Existe um movimento forte para o Lula ser candidato às eleições presidenciais de 2014. O grande risco que corremos é o lulismo. Lula é muito vaidoso. Ele poderia ser levado a crer que deveria voltar à Presidência e se tornar um grande líder populista do tipo Hugo Chávez, o presidente da Venezuela. A possibilidade do lulismo era um risco real, que agora espero ter ficado para trás graças à posição do Judiciário nas condenações do mensalão".
ÉPOCA – O que o senhor acha do governo Dilma Rousseff?
Luiz Hildebrando – "O Partido dos Trabalhadores é muito corporativista, e os sindicalistas estavam aparelhando o Estado. A consequência foram os prejuízos na Petrobras e na Embrapa, por exemplo. A Dilma é uma dona de casa, uma boa gerente. Não é uma estadista. Ela está tentando profissionalizar a hierarquia estatal, substituindo o corporativismo pela meritocracia. Mas não assumiu a vanguarda das mudanças políticas e fiscais vitais no longo prazo nem tratou da melhoria do ensino público. Por enquanto, a única medida do governo foi o estabelecimento das cotas universitárias. Elas trazem melhora momentânea na desigualdade, mas não resolvem" ... Continuar lendo
Fonte: lorotaspoliticaseverdades.blogspot.com.br
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